Mantém (part. Matuê)

Ostentação e crítica social em “Mantém (part. Matuê)”

Em “Mantém (part. Matuê)”, WIU e Matuê usam a repetição insistente da palavra “mantém” para destacar a pressão de sustentar um estilo de vida luxuoso e, ao mesmo tempo, ironizar o ciclo de consumo e ostentação. A letra faz referência direta a marcas de luxo como Fendi, Margiela e Céline, além de procedimentos estéticos como lipoescultura e botox, mostrando como a busca por status e aparência é central na narrativa. Esse tema se conecta ao videoclipe, ambientado em um desfile de moda na Bienal de São Paulo, em parceria com a marca About Nothing, que propõe uma reflexão sobre o consumo exagerado.

A música mistura ostentação material com elementos típicos do trap, como o uso de “lean” e festas luxuosas, evidenciando o desejo constante por mais: “Vem mais, mais vem / Me traz mais cem”. Trechos como “Ela só diz: Manda Fendi pra mim / Eu quero grife, Margiela pra mim” deixam clara a relação entre afeto, interesse e consumo. As menções ao estilista Abayomi e ao dentista Viotto (“Me pediu pra eu levar ela no Viotto / Pra ela sorrir 50k ou mais”) reforçam a importância dos símbolos de status. No fundo, a música expõe, de forma direta e até irônica, a superficialidade e a pressão social de manter uma imagem de sucesso, características marcantes do trap brasileiro.