CONTANDO OVEJAS

Solidão e resistência em "CONTANDO OVEJAS" de WOS

Em "CONTANDO OVEJAS", WOS explora a solidão e a luta interna de uma personagem que tenta lidar com a dor e o vazio. A imagem da mulher que "baila sola en esa esquina" (dança sozinha naquela esquina) mostra não só o isolamento, mas também a tentativa de transformar o sofrimento em um ritual de resistência. O álcool, citado como "el brebaje bajo el brazo" (a bebida debaixo do braço), aparece como um recurso para "acortar el plazo de su cita con la muerte" (encurtar o prazo de seu encontro com a morte), revelando o medo de encarar a vida sem anestesia e a dificuldade de enfrentar a própria existência.

A expressão "contar ovelhas" ganha um novo significado na música: não é apenas sobre tentar dormir, mas sobre suportar a espera e a incerteza diante da ausência de alguém importante. A letra mergulha em sentimentos de nostalgia e desamparo, especialmente quando a personagem sente que "algo le falta, que no nació completa" (algo lhe falta, que não nasceu completa) e nunca foi realmente compreendida. O refrão "un trago por el miedo a la soledad, un trago por el miedo a la sobriedad" (um gole pelo medo da solidão, um gole pelo medo da sobriedade) resume o conflito central: o álcool serve tanto para fugir da solidão quanto para evitar encarar a realidade. A repetição de "¿Qué voy a hacer?" (O que vou fazer?) e a imagem de "quemando el tiempo con mi mechero" (queimando o tempo com meu isqueiro) reforçam o sentimento de espera angustiante e vazio. No final, WOS sugere que, mesmo nos momentos mais difíceis, é preciso encontrar algo em que acreditar, pois "en algo siempre hay que creer cuando la vida te está ardiendo" (sempre é preciso acreditar em algo quando a vida está queimando).