P de Pablito 2

Reflexão sobre autenticidade e fama em “P de Pablito 2”

"P de Pablito 2", de X-TENSE, começa com uma fala do filósofo Agostinho da Silva, deixando claro que a música vai além de experiências pessoais: é um convite à autenticidade e ao autoconhecimento. Ao trazer essa referência, X-TENSE mostra que sua trajetória, marcada por viagens, mudanças e os desafios da fama, é também uma busca por sentido próprio, não apenas por reconhecimento externo. Isso se conecta ao verso “para ser plenamente aquilo que é”, indicando que, apesar do sucesso e das tentações do estrelato, o foco do artista está em desenvolver uma mensagem única e verdadeira.

A letra destaca a dualidade entre a vida pública e a pessoal, como em “tou na estrada, tou sem wifi” e “falta calma, tou a trocar por palmas”, ilustrando a solidão e o desgaste emocional de quem vive sob os holofotes. X-TENSE usa metáforas como “fingir-me um herói da Marvel antes que alguém abra o meu porta-bagagens” para mostrar como as aparências podem enganar e como é fácil criar uma persona para o público, escondendo vulnerabilidades. Ele também ironiza a superficialidade das relações e da indústria musical, ao mencionar “escolhe as queridas pela revista cor-de-rosa” e “escolhas e amigos são fake, nota-se”, sugerindo que, apesar do glamour, há muita falsidade e interesse ao redor.

Ao longo da música, X-TENSE reafirma sua postura de resistência e autenticidade, mesmo diante das adversidades: “Eu sou um contrassenso, sou o meu contrapeso / Nunca complacente, público com paciência”. O tom descontraído e reflexivo é reforçado pelo humor e pelas referências à cultura pop, mas sempre com um olhar crítico sobre o preço do sucesso e a importância de manter-se fiel à própria essência. O encerramento, novamente com Agostinho da Silva, reforça o tema central de individualidade e propósito.