111

Desejo e frustração em "111" de Yan Block

A música "111" de Yan Block explora a tensão entre desejo e frustração em um relacionamento marcado por intensidade e instabilidade. Os "olhos verdes" citados na letra simbolizam uma parceira sedutora e imprevisível, capaz de atrair e machucar ao mesmo tempo. O verso “me apuñalas y me sanas pa'trá', me revive' y me vuelve' a matar” (você me apunhala e me cura depois, me revive e me mata de novo) evidencia esse ciclo de prazer e dor, mostrando como o narrador se sente preso em uma dinâmica de dependência emocional.

A letra, com linguagem direta e urbana, retrata encontros intensos seguidos de afastamentos repentinos, como em “me diste ese culo y ya no te vi má'” (você me deu esse corpo e depois não te vi mais). O narrador se sente usado e enganado, mas não consegue se libertar do fascínio, reforçado pela repetição de “me vuelve a mentir” (volta a mentir para mim). A desilusão fica clara quando ele percebe que a parceira não quer se envolver de verdade: “no me parece que enamorarte te interese” (não me parece que se apaixonar te interesse). "111" retrata, assim, a confusão e vulnerabilidade de quem está preso em um jogo de sedução e rejeição, onde o prazer momentâneo sempre vem acompanhado de incerteza e dor.