If We Being Rëal

Autenticidade e isolamento em “If We Being Rëal” de Yeat

Em “If We Being Rëal”, Yeat explora a dificuldade de encontrar autenticidade nas relações e em si mesmo. A repetição do verso “if we bein' real” (“sejamos reais”) destaca sua busca por honestidade, mas também revela um sentimento de vazio. Quando diz “Nah, I don't never feel nothin'” (“Não, eu nunca sinto nada”), o artista expõe um distanciamento emocional, reforçado pela busca constante por sensações intensas que nunca o satisfazem. Os versos sobre estar “always on low” (“sempre pra baixo”) e perseguir “highs” (“altos”) mostram um ciclo de insatisfação, onde tentar preencher o vazio só o aprofunda.

A letra também deixa claro o desejo de Yeat por conexões verdadeiras. Ele afirma: “No, I won't pick up your calls, uh / No, I don't like you at all” (“Não, não vou atender suas ligações / Não, eu não gosto de você”), mostrando que prefere se afastar de relações superficiais. O contexto da música e da web indica que Yeat valoriza autenticidade e não hesita em cortar laços com quem não compartilha de sua visão. Ao dizer “I ain't into makin' change, I'ma stay the same, bring it to my level” (“Não quero mudar, vou continuar o mesmo, traga para o meu nível”), ele reforça sua resistência à mudança e a preferência por manter sua identidade, mesmo que isso o isole. A metáfora “livin' out in space” (“vivendo no espaço”) simboliza esse isolamento e a sensação de viver distante das expectativas dos outros.

Por fim, Yeat reconhece suas próprias limitações e comportamentos autodestrutivos, como em “I think it's a sickness, bein' so selfish, yeah / I'm in need of a witness” (“Acho que é uma doença, ser tão egoísta / Preciso de uma testemunha”). Apesar dessa autocrítica, ele não demonstra vontade de mudar, tornando a faixa um retrato cru das contradições de quem busca autenticidade em meio a relações frágeis e sentimentos anestesiados.