Yes, I'm A Witch

Reapropriação e resistência em "Yes, I'm A Witch" de Yoko Ono

"Yes, I'm A Witch", de Yoko Ono, é uma resposta direta aos rótulos negativos e à hostilidade que ela enfrentou, especialmente após seu relacionamento com John Lennon. Logo no início, Ono utiliza termos como "witch" e "bitch" não apenas como provocação, mas como uma forma consciente de se apropriar dos insultos que recebeu, transformando-os em símbolos de força e autenticidade. A canção funciona como um monólogo de autoafirmação, no qual ela se encoraja a não reprimir sua raiva, mas a canalizá-la de maneira positiva e construtiva.

A letra deixa claro que Ono se recusa a se submeter às expectativas sociais: "I'm not gonna die for you / You might as well face the truth / I'm gonna stick around for quite awhile" (Não vou morrer por você / É melhor você encarar a verdade / Vou continuar por aqui por um bom tempo). Ela rejeita a ideia de sacrificar sua identidade para agradar os outros, reforçando o tema do empoderamento. O verso "Each time we don't say what we wanna say, we're dying" (Cada vez que não dizemos o que queremos dizer, estamos morrendo) destaca a importância da expressão autêntica como forma de sobrevivência e resistência. Ao afirmar "We'll free you from the getthos of your minds" (Vamos libertar vocês dos guetos das suas mentes), Ono sugere que a libertação é tanto pessoal quanto coletiva, desafiando as limitações impostas pela sociedade. O refrão "It's gonna change" (Isso vai mudar) serve como aviso e promessa de transformação, consolidando a música como um manifesto de resistência e mudança.