Ninja

A Dualidade e a Rebeldia em 'Ninja' de Yung Buda

A música 'Ninja' de Yung Buda é uma imersão no universo de referências culturais e simbólicas que o artista utiliza para expressar sua identidade e visão de mundo. Desde o início, a letra faz alusão a elementos da cultura japonesa, como a 'Kawasaki ninja' e a 'máscara de Hannya', que são símbolos de velocidade, mistério e poder. A balaclava e a máscara de Hannya, em particular, representam a ocultação da verdadeira identidade, um tema recorrente na obra de Yung Buda, que frequentemente explora a dualidade entre o ser e o parecer.

A letra também menciona personagens e conceitos de animes e mangás, como 'Toki wo tomare' e 'xenon mangekyou', que são referências ao universo de 'JoJo's Bizarre Adventure' e 'Naruto', respectivamente. Essas referências não são apenas decorativas; elas servem para construir uma narrativa de poder e transformação, onde o artista se vê como um guerreiro moderno, um 'oni' ou demônio, que desafia as normas e expectativas sociais. A menção ao 'bushido', o código de honra dos samurais, e a rejeição dele, reforçam a ideia de rebeldia e individualismo.

Além disso, Yung Buda utiliza metáforas e imagens fortes para transmitir uma sensação de invencibilidade e resistência. Termos como 'imune a dano físico' e 'ciclo de chakra' evocam uma força sobrenatural, quase mística, que o artista reivindica para si. A letra também aborda a ideia de transformação e renascimento, como visto na linha 'Mergulhei no lado escuro e saí do outro lado querendo voltar', sugerindo uma jornada pessoal de autoconhecimento e superação. No final, a declaração 'Esse é o fim da era ninja' pode ser interpretada como um marco de transição, onde Yung Buda se posiciona como um novo tipo de guerreiro, adaptado aos tempos modernos e às suas próprias regras.