Polygraph Eyes

Consentimento e crítica social em “Polygraph Eyes” de YUNGBLUD

Em “Polygraph Eyes”, YUNGBLUD aborda de forma direta a questão do consentimento, especialmente em situações em que mulheres estão vulneráveis devido ao consumo de álcool. A repetição incisiva de “Leave it alone, mate / She doesn't want to go home with ya” (“Deixa pra lá, cara / Ela não quer ir pra casa com você”) deixa claro que a recusa deve ser respeitada, desmontando a ideia de que sinais ambíguos justificam avanços sexuais. O artista denuncia a chamada "lad mentality", uma cultura em que homens se aproveitam de mulheres incapazes de consentir, como fica evidente nos versos “She can't even run, she can't even walk / She slurs when she speaks / But you hear what you want when she can't even talk” (“Ela nem consegue correr, nem consegue andar / Ela fala enrolado / Mas você ouve o que quer quando ela nem consegue falar”). YUNGBLUD critica a normalização desse comportamento em festas e baladas, mostrando que a incapacidade de se comunicar nunca deve ser interpretada como permissão.

A música é inspirada em experiências reais do artista no norte da Inglaterra, o que traz autenticidade e urgência ao tema. O verso “A bit of fun turns to regret” (“Um pouco de diversão vira arrependimento”) mostra como situações aparentemente inofensivas podem rapidamente se transformar em trauma quando os limites não são respeitados. Na segunda parte da música, YUNGBLUD aprofunda as consequências emocionais, mostrando a vítima acordando em um lugar estranho, sentindo vergonha, culpa e sendo julgada até mesmo pelo namorado. Ao tratar o consentimento sob a ótica masculina, o artista desafia outros homens a repensarem suas atitudes e a não serem cúmplices de abusos, tornando “Polygraph Eyes” um manifesto direto contra a cultura do desrespeito e da objetificação.