Solidão (Omoide Emanon)

A solidão imortal em "Solidão (Omoide Emanon)" de Yuutamusic

"Solidão (Omoide Emanon)", de Yuutamusic, explora o peso de carregar memórias eternas, inspirando-se diretamente no mangá "Omoide Emanon" e em sua protagonista, Emanon, que vive há bilhões de anos. O verso “Sou a prova de que a vida não precisa morrer pra doer / E eu invejo quem consegue esquecer / Mas eu não / Ser imortal é existir / Sem nunca realmente viver” expressa a dor de uma existência marcada pela imortalidade, onde a incapacidade de esquecer transforma o tempo em um fardo constante. Essa visão se conecta ao contexto do mangá, em que Emanon, apesar de sua longevidade, sente-se isolada e presa ao passado.

A música reforça a sensação de abandono ao comparar promessas quebradas ao tempo, como “um livro jogado ao relento”, mostrando que até quem lembra de tudo pode se sentir perdido. A metáfora das “águas rasas” em “Me afogo no meu próprio passado / Porque as águas são rasas / E não me deixam voltar” sugere que, mesmo com tantas lembranças, não há como retornar ao passado ou encontrar consolo nele. O sentimento de não pertencimento aparece em “Carrego memórias que o mundo esqueceu / Mas quem ficou pra trás, fui eu”, revelando que, para alguém imortal, a verdadeira solidão está em permanecer enquanto tudo ao redor muda e desaparece. Assim, a canção traduz de forma clara e melancólica o fardo de existir eternamente sem conseguir se desprender do passado, tornando a solidão uma presença constante.