P.M.W. (part. Dero Vibez e Giovanni)

Excessos e riscos urbanos em “P.M.W. (part. Dero Vibez e Giovanni)”

Em “P.M.W. (part. Dero Vibez e Giovanni)”, Zara G (WBG) explora o universo dos excessos e da busca por prazer imediato, usando repetições como “álcool, cash, bitch, oye” para criar uma atmosfera quase hipnótica. As referências a substâncias como pólen, m’s, weed e purple codeine reforçam a ideia de um ciclo de autossabotagem, onde o prazer e o risco caminham juntos. O verso “A bitch me viu na cozinha a cozinhar farinha e gritou oye” traz um duplo sentido: além de sugerir a produção de drogas ("cozinhar farinha" é gíria para preparar cocaína), também evidencia a ostentação e o perigo desse estilo de vida, muito presente no contexto do "hustle" e das ruas.

A letra alterna momentos de ostentação, como “Eu só pauso em hotéis de luxo mano” e “Fiz mil euros, pus na conta mas ainda quero mais alguns”, com passagens que revelam o desgaste físico e mental causado por esse ritmo intenso: “Há dias que eu não fecho os olhos / Culpa é toda dessas drugs”. O artista reconhece tanto as conquistas quanto os riscos, deixando claro o orgulho, mas também a vulnerabilidade. O trecho “Eu não tenho medo de consumir até acabar por ter uma overdose” explicita a relação perigosa com as drogas, enquanto a menção à rotina e à lealdade aos amigos mostra que, apesar do caos, existe um senso de pertencimento. A música retrata, de forma direta e urbana, o fascínio e o preço de uma vida marcada por prazeres imediatos e consequências imprevisíveis.