Saciá
Zé Helder
No oco do bambu
Estala o vento em noites de quaresma
Como na chocadeira esperam a pitar
Olhos de cuzarruim, de perna só, barrete e
cuequinha
Que é vermelhinha também para combinar
Querem sair, querem aprontar,
Dar nó em crina de cavalo
Reza brava em ovo gelado pra gorar
Azeda o leite, chupa o sangue da criação
Reza milho de pipoca, vira puá
Rodopiando, redemunho, folha seca,
Na peneira de cruzeta eu vou lhe aprisionar
E na garrafa nós dois é que vamo entrar
Pra dar um trago no cachimbo
Da semente do jequitibá
Porque eu também sou um negrinho malasartes
E é esse o refrão junto nós vamo cantar
Ai como o mato é bão pra saciá
Como o mato é bão de saciá
Deixa o mato crescer
Pra saciá, saci há de agradecer
O sacizim quando qué cendê o pito
Pega um tição bem vivo do braseiro do fogão
E vai brincando de passar pelos buracos
Que o cuzarruinzim tem nas palmas das
duas mãos
E já tem gente até criando em cativeiro
Com certificado, pedigree e associação
Que a concorrência com abóbora desdentada
Quase põe nossa visage em risco de extinção
Pois raloim, só se for com carne seca
Jerimum de estrangeiro só me dá indigestão
Comentários
Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra
Faça parte dessa comunidade
Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de Zé Helder e vá além da letra da música.
Conheça o Letras AcademyConfira nosso guia de uso para deixar comentários.
Enviar para a central de dúvidas?
Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.
Fixe este conteúdo com a aula: