Linha Imaginária
Zé Lopes
Seu moço
Vou pegar minha canoa
E descer o Mearim
É que sou da terra de Diouro
Sou da terra de João
Sabe do poema que eu te fiz
Falando das almas nuas
Sob a ponte que caiu
Pois quem ama não divide
Mas alguém te dividiu
A Trizidela não é mais aquela
Rua do Tamarindo engole seu azedo
Na Marmorana onde plantei meu medo
Carrego a cruz para Jerusalém
O aeroporto onde pousou saudade
Virou rua da cidade e a periferia
Nocauteada sem mostrar a cara
Como Formiga na Floresta eu vi
A Pedra Grande ser dinamitada
Contrariando a sua geografia
Navegando a linha imaginária
Nas águas calmas onde a dor se dividia
Pecuapá o teu mergulho é vida
João Munins hoje teu boi não dança
Diarrôba tua alegria é lida
João de Bronze tua arte não me cansa!
Pedreiras Padroeiro Benidito
Rua da Golada e Goiabal
Rua da Boiada, Engenho e Seringal
Pedreiras o teu cantar é mais bonito
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