Águia do Peito Cinzento

Disputa amorosa e orgulho sertanejo em “Águia do Peito Cinzento”

“Águia do Peito Cinzento”, de Zé Mulato e Cassiano, transforma uma disputa amorosa em um duelo entre aves de rapina, usando a linguagem sertaneja com humor e criatividade. O protagonista se compara a uma águia de peito cinzento, símbolo de força e superioridade, enquanto os rivais são chamados de gaviões, conhecidos por sua agressividade, mas que acabam derrotados na narrativa. O revólver “trinta e oito que adora cuspir brasa” reforça o tom descontraído e exagerado, típico do sertanejo raiz, brincando com a ideia de defender o amor a qualquer custo, mas sempre com ironia e bravata.

A música mantém o contexto da tradição caipira, com imagens vívidas e uma narrativa direta. O paralelo entre o mundo animal e as relações humanas aparece quando o “gavião bom de bico” representa o conquistador atrevido, e o “penacho conquistador” é ridicularizado ao fugir, deixando “só pena no chão”. Ao se autoproclamar “rei das rapinas, águia do peito cinzento”, o narrador celebra sua vitória amorosa e afirma seu orgulho sertanejo, mostrando que, em seu território, ele é quem manda. A canção mistura bravura, humor e tradição, usando a metáfora das aves para falar de ciúme, disputa e conquista no universo rural de forma leve e divertida.