O Doutor dos Anéis

Humor e prevenção em "O Doutor dos Anéis" de Zé Mulato e Cassiano

"O Doutor dos Anéis", de Zé Mulato e Cassiano, usa o humor típico da cultura caipira para tratar de um tema delicado: o exame de próstata. A letra transforma o constrangimento masculino em piada, abordando o preconceito e a resistência de muitos homens de forma leve e acessível. Expressões como "virar o anel" e "um dedo encapado" fazem referência direta ao exame de toque retal, mas sem deboche ofensivo. O riso serve para aproximar o público e desarmar o tabu, tornando o assunto menos assustador.

O contexto da música mostra a intenção de Zé Mulato em tratar um tema sério com bom humor, algo marcante no universo caipira. O personagem da canção teme perder a "virgindade encerrada num sarcófago" e chega a desconfiar que o médico seja "antropófago" (aquele que come o semelhante), ilustrando o medo e a desinformação sobre o procedimento. A letra traz um conselho direto: "É bem melhor ser apalpado vivo vívido do que um machão tendo o seu nome numa lápide", reforçando que o preconceito pode ser fatal, enquanto o exame é simples e salva vidas. Ao criticar o machismo e incentivar a superação do medo com frases como "deixa de ser atrasado, vira o anel e larga de churumela", a música aproxima o tema do cotidiano e incentiva a prevenção, mostrando que o humor pode ser uma ferramenta poderosa para conscientizar sobre a saúde masculina.