Proparoesquisítono

Humor e crítica no universo de “Proparoesquisítono”

Em “Proparoesquisítono”, Zé Mulato e Cassiano usam palavras como “esquizofrênica”, “quadrilátero” e “biônico” para criar um tom satírico e autodepreciativo, ironizando as críticas que recebem. O uso desses termos incomuns serve para brincar com a complexidade da própria música e com a tendência de alguns músicos e críticos de se levarem a sério demais. Quando dizem “fiz esta moda meio esquizofrênica / Só porque me chamaram de quadrilátero”, a dupla transforma comentários negativos em inspiração, mostrando que não se abala com críticas e, ao contrário, as utiliza para reforçar sua originalidade e criatividade.

A letra também faz uma crítica bem-humorada ao ambiente musical, especialmente ao comportamento de colegas que desrespeitam outros artistas. Trechos como “um desafinado eu conheço à quilômetro / que arreganha a boca igual a um hipopótamo / enjoa o ouvinte e não tem semancômetro” misturam humor e ironia para apontar a falta de autocrítica e bom senso de certos músicos, usando o neologismo “semancômetro” para destacar a ausência de noção. Ao citar desafios musicais como “violeiro satânico” e “combate germânico”, a música faz referência a disputas artísticas intensas, mas sempre com exagero e humor, transformando possíveis conflitos em brincadeira. No final, “Proparoesquisítono” valoriza a autenticidade, o bom humor e a leveza diante das críticas, celebrando a camaradagem no universo da música caipira.