Feijão Com Arroz

Crítica social e esperança em “Feijão Com Arroz” de Zé Paulo

Em “Feijão Com Arroz”, Zé Paulo utiliza o prato mais comum da culinária brasileira como símbolo da desigualdade social. O título carrega uma ironia forte: o que deveria ser básico e acessível, como o feijão com arroz, se transforma em um privilégio para muitos. Isso fica evidente nos versos repetidos “A gente não pode comer arroz / A gente não pode comer feijão”, que reforçam a indignação diante da falta do mínimo necessário para uma vida digna.

A música também denuncia o abuso de poder e a inversão de valores na sociedade. Em trechos como “Isso não é vida, não é viver / É só sofrimento e abuso de poder” e “Eles trocam a fé pela ambição / Eles trocam o amor pela solidão”, Zé Paulo critica a ganância e a falta de solidariedade, mostrando como esses fatores aprofundam o sofrimento dos mais vulneráveis. Apesar do tom crítico, há espaço para esperança, sugerida em “uma gota de carinho e a força do Criador”, indicando que a transformação social depende do resgate do amor e da compaixão. O refrão “Deixa de bobeira, deixa de bobagem, já virou sacanagem” funciona como um chamado à ação e à consciência coletiva, reforçando o caráter popular e engajado da canção.