
Fomi 47
Zeca di Nha Reinalda
Memória e resistência em “Fomi 47” de Zeca di Nha Reinalda
“Fomi 47”, de Zeca di Nha Reinalda, retrata de forma direta e sensível a fome que assolou Cabo Verde em 1947. A referência ao navio “Ana Mafalda” e ao número de registro “37” destaca não só o drama coletivo, mas também o processo burocrático e emocional enfrentado por quem buscava emigrar para sobreviver. No trecho “N da nómi, es poi na papel / Es da-m nunbru 37”, o personagem entrega seu nome e recebe um número, mostrando como as pessoas eram reduzidas a estatísticas diante da tragédia da seca e da fome.
A letra expõe a dura decisão de deixar a terra natal em busca de sobrevivência. O verso “N djobe Santa pa N ben Santomé” mostra a busca por proteção divina antes da partida para São Tomé, enquanto “N pô-l nha prubuléma / El djuda-m mata fómi” expressa a esperança de encontrar ajuda e superar a fome em outro lugar. A chegada do navio “Ana Mafalda” representa um momento de expectativa e resignação, simbolizado por “Poi kabésa na txon / N xinta N kuda bida” – abaixar a cabeça e aceitar o destino. O refrão “Oh naná” reforça o lamento e a saudade, conectando a dor individual à memória coletiva do povo cabo-verdiano.
A interpretação de Zeca di Nha Reinalda, marcada pela emoção e pelo resgate do funaná, intensifica o peso histórico da canção. Ele homenageia as vítimas da fome de 1947 e mantém viva a memória de um período que marcou profundamente a identidade de Cabo Verde, mostrando como a música pode ser um instrumento de resistência e lembrança.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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