Nos Lençóis Desse Reggae

Sensualidade e liberdade em “Nos Lençóis Desse Reggae”

O verso “Só me reggae” traz um trocadilho importante na música de Zélia Duncan, unindo o gênero reggae ao verbo “regar”. Esse duplo sentido sugere tanto o desejo de mergulhar no clima descontraído do reggae quanto possíveis referências ao uso de cannabis, reforçadas por expressões como “fumaça verde” e “passagem pra Marrakesh” – esta última, uma alusão à cidade marroquina famosa por sua ligação com a cultura da maconha. Esses elementos aproximam a letra do universo do reggae, transmitindo sensações de liberdade, relaxamento e busca por prazer.

A música constrói um ambiente íntimo e sensual, onde os “lençóis desse reggae” funcionam como metáfora para um espaço de entrega, cumplicidade e respeito mútuo. O pedido “só me esfregue quando eu pedir” destaca a importância do consentimento e do cuidado na relação, enquanto o clima leve e aconchegante é reforçado pelo ritmo e pela repetição dos versos. Mesmo diante de dias “cinza”, o reggae e a conexão afetiva aparecem como refúgio e fonte de conforto.

A dedicatória a Tavinho Fialho, baixista que faleceu pouco antes do lançamento do álbum, acrescenta um tom de homenagem e saudade, tornando a celebração da vida e do prazer ainda mais profunda. “Nos Lençóis Desse Reggae” se destaca por unir sensualidade, liberdade e afeto, usando o reggae como símbolo de um espaço seguro para viver emoções verdadeiras.