Andarilho

A Jornada Poética e Filosófica de 'Andarilho' por Zeto

A música 'Andarilho' de Zeto é uma rica tapeçaria de metáforas e imagens poéticas que exploram a jornada da vida e a busca por significado. Desde o início, o cantor se compara aos ciganos andarilhos, figuras tradicionalmente associadas à liberdade e à vida nômade. Essa comparação sugere um desejo de viver sem amarras, explorando novos caminhos e inventando novas formas de expressão. A mistura de poesia e andamento, mencionada na letra, indica uma fusão entre a arte e o movimento, como se a vida fosse uma dança contínua de criação e descoberta.

No segundo verso, Zeto utiliza a imagem do pavão, conhecido por suas cores vibrantes, para simbolizar a busca por uma vida colorida e cheia de significado. Ele trata suas feridas com a sabedoria dos amores loucos, sugerindo que a dor e a paixão são partes essenciais da experiência humana. A loucura dos amores é vista como uma forma de sabedoria, uma maneira de entender a realidade de uma perspectiva mais profunda e emocional. A ideia de que 'qualquer cor, qualquer dor é sempre gente' reforça a universalidade das emoções humanas, independentemente de suas manifestações externas.

O último verso da música aborda a ideia de não ter um caminho definido, mas ainda assim encontrar um propósito. Zeto fala sobre ser 'irmão do bonito amanhecer' e 'agulha seguindo o seu alinho', metáforas que sugerem uma harmonia com o fluxo natural da vida. A busca por multidões quando sozinho e a colocação de um tom menor no violão para entoar uma canção maior refletem a dualidade da existência humana, onde a solidão pode levar à conexão e a tristeza pode inspirar grandes obras de arte. A fita no cabelo como uma estrofe de canção finaliza a música com uma imagem de beleza e simplicidade, simbolizando a integração da arte na vida cotidiana.