Solidão

A rotina solitária e o desejo não correspondido em “Solidão”

A música “Solidão”, de Zezé Di Camargo, expõe de forma clara o ciclo de desejo e isolamento vivido pelo personagem principal. A letra descreve a rotina de observar a mulher “do meu quarto”, vê-la se arrumar, sair e depois retornar ao mesmo espaço solitário. Esse cenário reforça não só a distância física, mas também a barreira emocional que impede o protagonista de se aproximar do objeto de seu desejo. O quarto funciona como um espaço ambíguo: ao mesmo tempo em que é um refúgio, também se torna uma prisão, onde o personagem está condenado a amar à distância, sem nunca realizar esse amor.

O tom melancólico da canção é acentuado pela repetição de situações cotidianas e por imagens simples, como “quando uma luz se apaga, eu de novo, em casa, morrendo de amor por ela”. Isso mostra que a solidão não é apenas um momento passageiro, mas uma condição constante, agravada pelo desejo não correspondido. O próprio Zezé Di Camargo já comentou sobre como a solidão pode afetar até mesmo quem alcançou sucesso e fama, ampliando o significado da música. Assim, “Solidão” ultrapassa a história de um amor platônico e se transforma em um retrato universal da carência e do vazio emocional que podem atingir qualquer pessoa, independentemente de sua situação externa.