Bandido da Serra Morena
Zita Carreiro e Carreirinho
Quem me vê atrás das grades
Nesta triste solidão
Pensa que sempre vivi
Com minha arma na mão
Ao contrário, meus amigos
Também tenho um coração
Trabalhei honestamente
Para defender meu pão
Todo instante me lembro
De minha mãezinha amada
Me afagando com carinho
Pedindo ao anjo da guarda
Que eu seguisse um bom caminho
Por uma florida estrada
Enquanto o cruel destino
Armava minha cilada
Não tem amor neste mundo
Que queira viver comigo
Só tinha perseguição
Pois esta é a paz de um bandido
Mas tinha que continuar
Porque só tinha inimigos
Dos crimes que pratiquei
Estou recebendo o castigo
Nas noites frias sem lua
Não tinha onde agasalhar
Nas madrugadas tão tristes
Só passarinho a cantar
Capoeiras, grutas e vales
Que servia de meu lar
Não tinha uma viva alma
Que viesse me consolar
Agora por trás das grades
A consciência me condena
Está faltando dois anos
Para cumprir minha pena
Quando livrar-me eu quero
Uma vida honesta e serena
Quero apagar este nome
Bandido da serra morena
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