É Só Saudade

A Saudade do Sertão em 'É Só Saudade' de Zito Borborema

A música 'É Só Saudade' de Zito Borborema é uma ode à saudade e à nostalgia de um tempo e lugar que ficaram para trás. A letra começa com a imagem do riacho correndo, um símbolo de vida e continuidade, que contrasta com a morte e a seca que se seguem. Esse contraste reflete a transição do artista de um período de abundância para um de escassez, tanto no sentido literal quanto emocional. A seca do riacho é uma metáfora poderosa para a perda e a mudança, marcando o momento em que o artista se despede de sua terra natal.

O refrão da música reforça o sentimento de saudade que invade o coração do artista. Ele menciona que seu amor e amizade ficaram no sertão, indicando que suas conexões mais profundas e significativas estão ligadas a esse lugar. A repetição do refrão enfatiza a intensidade e a persistência desse sentimento, que parece ser uma presença constante na vida do artista. A saudade é personificada como algo que invade e domina o coração, mostrando o quanto essa emoção é avassaladora.

No último verso, o artista expressa um desejo ambivalente em relação à saudade: ele quer que ela vá embora, mas também reconhece que nunca esqueceu o sertão. A menção a 'Nossa Senhora' adiciona um elemento de fé e devoção, sugerindo que a ligação com o sertão é quase sagrada. A seca, que 'devora', é uma força implacável que o mantém afastado de sua terra, mas a saudade continua a ser uma parte indelével de sua identidade. A música, portanto, é uma reflexão profunda sobre a perda, a memória e a identidade, capturando a essência da experiência humana de saudade e nostalgia.