Flesh And Bone

“Flesh And Bone” e a luta por direitos e pertencimento

“Flesh And Bone”, de Zombies 2, usa a mitologia dos lobisomens para falar de direitos, identidade e pertencimento. “Take back the stone” (tomem de volta a pedra) remete diretamente à Moonstone do filme, tornando a disputa literal para os lobos e simbólica para grupos marginalizados. Escrita por Tova Litvin e Doug Rockwell e interpretada pelo elenco, a faixa assume tom de hino: “This is a declaration / Of a new generation” (esta é uma declaração / de uma nova geração). O conflito é de sobrevivência e dignidade — “When worlds collide, it’s do or die” (quando mundos colidem, é tudo ou nada). As imagens de uivo e presas — “Hear us howl, fangs are out” (ouçam nosso uivo, presas à mostra) — afirmam força e identidade. Ao dizer “our blood’s thicker than silver” (nosso sangue é mais forte que a prata), a canção subverte o ditado popular e evoca a prata como fraqueza dos lobos, indicando que laços e história superam as armas do preconceito. O refrão “we’re more than flesh and bone” (somos mais do que carne e osso) desloca o foco do corpo para valor e essência.
A narrativa avança do chamado à revolta para ação cívica. “The world has gone crazy and no one seems to listen” (o mundo enlouqueceu e ninguém parece escutar) denuncia o caos. Em seguida, a música exige participação: “silence is still taking sides” (ficar em silêncio ainda é tomar partido) e “use your voice, make a choice” (use sua voz, faça uma escolha) rejeitam neutralidade e convocam alianças — “It’s now or never, we’re in this together” (é agora ou nunca, estamos juntos nisso). “no more bad blood” (chega de sangue ruim) traz duplo sentido: fim da rivalidade e afirmação de coletividade. Mesmo após “we lost the pages we wrote” (perdemos as páginas que escrevemos), surge a retomada do protagonismo. No filme, o número coreográfico, citado pelo elenco como desafiador e unificador, amplifica o chamado. A canção virou símbolo da franquia, superou 20,3 milhões de streams e rendeu a paródia “Stuck at Home” em Big City Greens, prova de que sua mensagem de solidariedade transborda a tela.