200 dB

Resistência e autenticidade em “200 dB” de 2L (FR)

Em “200 dB”, 2L (FR) usa o volume extremo como metáfora para a força de sua voz e mensagem, especialmente em momentos de pressão ou adversidade. O título já sugere intensidade, e a artista reforça essa ideia ao afirmar sua individualidade em versos como “J'suis pas comme ils voudraient” (“Não sou como eles gostariam”) e “J'me bats, ils font zéro moves” (“Eu luto, eles não fazem nada”). Essas frases mostram sua postura de resistência diante das expectativas externas e da passividade de outros ao redor.

A música também traz críticas sociais diretas, abordando desigualdade e exclusão. Em “Sur la table, c'est des miettes, on a assez souffert” (“Na mesa, só tem migalhas, já sofremos o bastante”), 2L denuncia a distribuição injusta de oportunidades. Ela desafia figuras de poder e hipocrisia em versos como “Ils jouent les gardiens des nazis” (“Eles se fazem de guardiões dos nazistas”) e “Ils ont des billets, mais pas d'âme, gros problème, ces bâtards, ils volent mon air” (“Eles têm dinheiro, mas não têm alma, grande problema, esses canalhas, eles roubam meu ar”). A repetição de “J'serais jamais un bon soldat” (“Nunca serei um bom soldado”) reforça sua recusa em se submeter a padrões impostos, preferindo honestidade e rebeldia. O contexto do programa “Nouvelle École” destaca ainda mais a ligação da faixa com uma cena musical que valoriza autenticidade e contestação, tornando “200 dB” um manifesto de resistência e autoafirmação no rap francês atual.