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Conheça o processo de independência da América Espanhola

Confira o contexto histórico e as principais causas que levaram ao processo de independência.

Espanhol · Por Bianca Carvalho

12 de janeiro de 2024, às 09:00

O processo de independência da América Espanhola resultou na emancipação das colônias americanas controladas pelo Império Espanhol na América Latina durante os séculos XVIII e XIX.

Esse movimento foi influenciado por uma combinação de fatores sociais, econômicos e políticos, e uma das consequências mais significativas do processo de independência da América Espanhola foi a formação de novos países hispanohablantes na região!

Gosta de história e quer entender melhor a dos países que falam espanhol? Então se liga, que te contaremos tudo o que você precisa saber sobre a independência dos nossos vizinhos!

Como foi a independência da América Espanhola?

Durante mais de três séculos, entre XVI e XIX, o Império Espanhol manteve as colônias na América Latina sob um rigoroso controle, que terminou com o processo de independência da América Espanhola e sua divisão em vários países independentes.

O contexto histórico que levou a este movimento no início do século XIX foi motivado por uma série de fatores que se acumularam ao longo do tempo, bem como por uma grande influência da Revolução Francesa e da independência dos Estados Unidos.

Fatores que levaram à independência na América Espanhola

As ideias iluministas, que eram baseadas em princípios de liberdade, tiveram uma influência significativa nos povos da América, que já tinha dois países independentes à época: Estados Unidos e Haiti, e estes ideais também chegaram aos países colonizados pela Espanha.

Outra grande causa que levou à busca pela independência foi a invasão de Napoleão Bonaparte na Espanha, desencadeando uma crise social e política no país.

Diante da ascensão de José Bonaparte ao trono após a deposição do rei Fernando VII, nem a população espanhola, nem a das colônias obedeciam ao novo rei, gerando grande instabilidade no território e criando um ambiente perfeito para o levante das colônias.

Além disso, as restrições econômicas impostas pela Espanha também fizeram com que a população das colônias desejassem se libertar da coroa. Os povos desses territórios queriam ter mais poder político e mais liberdade econômica, o que terminou sendo um motivo crucial para a busca pela autonomia.

Processo de independência da América Espanhola

A combinação desses fatores que acabamos de mencionar levou a uma série de movimentos de independência em diferentes regiões da América Latina, resultando na formação de várias nações independentes na região e na expansão da língua espanhola e suas variações.

Este processo durou muitos anos e envolveu uma série de eventos, incluindo revoluções fracassadas que abriram caminho para as vitoriosas entre os anos de 1809 e 1829.

O pontapé inicial do movimento de independência aconteceu no México, em 1810, junto com os líderes Miguel Hidalgo e José Morelos. Entretanto, por contar com propostas que mexiam na estrutura social, algo que não favorecia os mais ricos, este levante não obteve sucesso.

Tropas venezuelanas também chegaram a levantar as armas e declarar independência entre 1811 e 1813, porém as campanhas militares foram sufocadas pelo exército espanhol.

As revoluções vitoriosas

Somente a partir de 1815 as revoluções em prol da independência da América Espanhola começaram a ter mais sucesso na busca pela liberdade. Apesar disso, houve países que se independizaram antes dessa data, como o Paraguai, que declarou sua liberdade em 1811, em um movimento que não foi violento.

A derrota de Napoleão Bonaparte também influenciou na vitória das revoluções americanas, já que, após o fim desta guerra, a Inglaterra passou a apoiar e inclusive investir nas rebeliões.

Uma das principais lideranças das revoluções foi Simón Bolivar, que comandou a luta que resultou na independência de regiões que hoje correspondem à Bolívia, Colômbia, Equador e Venezuela.

Simon Bolivar
Simón Bolivar | Foto: Divulgação

O movimento também contou com a liderança de outro importante nome para a história da América Espanhola: José de San Martín, que liderou as revoluções responsáveis por libertar a Argentina, o Chile e o Peru.

Os movimentos armados liderados por Bolivar e San Martín levaram as tropas espanholas a render-se, de modo que estes territórios finalmente foram declarados independentes.

A Doutrina Monroe

Após essas vitórias, os Estados Unidos, que se tornaram independentes em 1776, elaboraram a Doutrina Monroe, conhecida por seu lema fundamental “América para os Americanos”.

Este documento foi muito importante no contexto das lutas pela independência da América Espanhola e das preocupações sobre a intervenção europeia na região, já que ele visava o combate a possíveis tentativas de colonização no continente.

Inclusive, graças a esta doutrina elaborada em 1823, anos mais tarde, os americanos ajudaram a render e expulsar os espanhóis de Cuba e Porto Rico!

Algumas consequências do movimento de independência

Todo esse movimento de independência resultou em uma série de consequências significativas que impactaram no futuro da região que hoje corresponde aos 19 países hispanohablantes.

Como já mencionamos, a principal delas foi a formação de diversos países independentes na América Latina, como México, Colômbia, Argentina, Peru, Chile, Venezuela e outros – antes, a colônia espanhola era dividida em alguns grandes blocos.

Outra consequência significativa foi na economia, já que muitos países continuaram a depender de modelos econômicos existentes na época colonial.

Além disso, apesar dos desejos de igualdade pregados pelos líderes da libertação durante os movimentos de independência, as desigualdades sociais persistiram em muitas sociedades

Isso porque a elite local, em vários casos, manteve sua posição privilegiada, enquanto as populações indígenas e afrodescendentes continuaram a enfrentar discriminação.

O processo de libertação dos países da colônia espanhola da América não apenas alterou o mapa da região, mas também teve impactos na sociedade e na economia, cuja influência até hoje pode ser vista na América Latina.

Qual foi o ano da independência da América Espanhola?

Confira, a seguir, as datas da independência dos países hispano-americanos:

  • Argentina: 1810
  • Bolívia: 1825
  • Chile: 1818
  • Colômbia: 1886
  • Costa Rica: 1838
  • Cuba: 1898
  • El Salvador: 1838
  • Equador: 1830
  • Guatemala: 1838
  • Honduras: 1838
  • México: 1821
  • Nicarágua: 1821
  • Panamá: 1903
  • Paraguai: 1811
  • Peru: 1821
  • República Dominicana: 1844
  • Uruguai: 1828
  • Venezuela: 1830

Apesar de ter sido colonizado pela Espanha, Porto Rico chegou a se independizar do país europeu com a ajuda dos Estados Unidos, que anexou este território caribenho em 1899, motivo pelo qual o inglês é uma das línguas oficiais do país, que até hoje permanece como território americano.

Além disso, é importante lembrar que a independência do Uruguai foi reconhecida no ano de 1828 pelos argentinos e brasileiros, que até essa época travavam uma guerra para anexar o país.

Isso significa que o país se libertou não da Espanha, mas sim da Argentina e do Brasil!

Conheça a origem da língua espanhola

Uma das principais consequências da colonização espanhola na América Latina foi a expansão do espanhol pelo mundo, que hoje é falado por mais de 500 milhões de pessoas ao redor do globo!

Quer entender mais? Então aproveite para conhecer tudo sobre a origem da língua espanhola! 🌎

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