Pelas Ruas Que Andei

Memória e saudade em “Pelas Ruas Que Andei” de Alceu Valença

Em “Pelas Ruas Que Andei”, Alceu Valença transforma a cidade do Recife em um verdadeiro mapa afetivo, citando bairros e ruas como Madalena, Boa Vista, Rua do Sol e Rua da Aurora. Essas referências não são aleatórias: o próprio Alceu já afirmou que sua obra é profundamente marcada por suas experiências e vivências na cidade, o que traz autenticidade e emoção à canção. Ao mencionar esses lugares, o artista revela uma busca constante por algo ou alguém importante, mostrando como cada canto da cidade guarda uma lembrança ou esperança de reencontro.

A melodia animada, que mistura rock com ritmos nordestinos, contrasta com o tom nostálgico da letra. O verso repetido “Pelas ruas que andei / Procurei, procurei, procurei te encontrar” reforça o sentimento de procura, que pode ser entendido como a busca por um amor perdido, por uma identidade ou pelo passado vivido nesses espaços. Trechos como “Rua das Ninfas, Matriz, Saudade / Da Soledade de quem passou / Rua Benfica, Boa Viagem / Na Piedade, tanta dor” mostram que cada local citado carrega uma emoção diferente, compondo um mosaico de experiências pessoais e coletivas. Assim, a música se torna uma homenagem à memória, à cidade e à trajetória de quem busca sentido e pertencimento pelas ruas da vida.