Idol (from "Oshi No Ko")

A dualidade entre verdade e ilusão em “Idol (from "Oshi No Ko")”

A música “Idol (from "Oshi No Ko")”, interpretada por AmaLee, explora de forma direta o contraste entre a imagem perfeita de um ídolo e as inseguranças ocultas por trás dessa fachada. A letra destaca como, nesse universo, mentir se torna uma demonstração de amor ao público, como no verso “Yes, lying really is the greatest kind of love” (Sim, mentir realmente é o maior tipo de amor). Essa abordagem subverte a ideia tradicional de sinceridade, mostrando que, para manter a devoção dos fãs, a mentira é vista como necessária para sustentar a fantasia.

O contexto do anime “Oshi no Ko” e a trajetória de AmaLee reforçam a crítica à cultura de idolatria, onde a pressão por perfeição obriga o ídolo a esconder suas vulnerabilidades. Versos como “She dodges every question like a lion in the ring” (Ela desvia de toda pergunta como um leão no ringue) e “Ya show no weakness / Never let ‘em see it” (Você não mostra fraqueza / Nunca deixe que vejam) evidenciam a necessidade de autopreservação. A relação com o público é marcada por uma distância artificial: enquanto a multidão “worships” (adora) a estrela, a própria idol admite não saber o que é amor de verdade, questionando “I have no idea what love is even like / Is it something you give / Or is it something you find?” (Eu não faço ideia de como é o amor / É algo que você dá / Ou é algo que você encontra?). A ironia aparece quando ela reconhece que sua carreira é “built on such a lie” (construída sobre uma mentira), mas ainda assim deseja que essas mentiras se tornem reais, revelando o desejo de transformar a ficção em verdade.

Por fim, a música aborda o ciclo de dependência entre ídolo e fãs, onde ambos alimentam a ilusão. O refrão “You’re a flawless star, the most ultimate idol” (Você é uma estrela perfeita, o ídolo supremo) e a confissão “Let me say that it’s true, I love you” (Deixe-me dizer que é verdade, eu te amo) mostram o desejo de ser amado, mesmo que isso custe a autenticidade. “Idol” revela, assim, a dualidade entre o brilho do palco e a solidão dos bastidores, questionando o preço da perfeição e o papel das mentiras na construção de ídolos.