47 (remix) (part. Nengo Flow, Los G4, Bad Bunny, Darell, Farruko, Sinfónico y Casper)

Violência, lealdade e sobrevivência em “47 (remix)”

Em “47 (remix) (part. Nengo Flow, Los G4, Bad Bunny, Darell, Farruko, Sinfónico y Casper)”, Anuel AA e seus parceiros usam a repetição do verso “Yo me compré un 47” para além da simples ostentação de armas. O AK-47, citado na letra, simboliza a necessidade constante de proteção e prontidão diante de ameaças em ambientes urbanos hostis. Nesse contexto, a arma representa não só poder, mas também sobrevivência e respeito conquistado nas ruas, onde a violência é vista tanto como defesa quanto como resposta à opressão e à traição.

A música mergulha na realidade das comunidades marcadas pela violência, destacando a importância da lealdade ao grupo e a busca por dinheiro e status como questões de vida ou morte. Trechos como “En mi case vivimo' en guerra, rifles militares” e “Yo le oro a Dios porque ninguno de los míos resbale” mostram a tensão entre fé, medo e brutalidade cotidiana. O tom confiante e desafiador dos versos reflete o espírito do trap latino, misturando relatos de superação, ostentação de riqueza e armamento, e a recusa em se render ao medo. Metáforas religiosas, como “En el cielo está Dios, en el infierno está el diablo, pero entremedio del cielo y el infierno estoy yo” (“No céu está Deus, no inferno está o diabo, mas entre o céu e o inferno estou eu”), reforçam a ideia de que os artistas se veem em um limbo moral, sobrevivendo entre extremos e justificando suas escolhas pela necessidade e lealdade.