Monstruo

Conflito e autossabotagem em "Monstruo" de Anuel AA

Em "Monstruo", Anuel AA expõe de forma direta a autopercepção de seus defeitos e o impacto negativo que exerce no relacionamento. Ao se definir como "monstruo" que conquistou o coração da parceira, ele reconhece não só suas falhas, mas também a dinâmica destrutiva entre os dois. O verso “Que en el espejo te ves como mismo me veo yo” (“Que no espelho você se vê como eu mesmo me vejo”) mostra que ambos compartilham inseguranças e comportamentos tóxicos, sugerindo que a toxicidade é mútua e não unilateral.

A música utiliza metáforas como “cada humano tiene un demonio” (“cada humano tem um demônio”) e faz um jogo de palavras entre “demonio” e “matrimonio” para expressar uma visão cínica sobre o amor, onde a pureza é rara e o ódio muitas vezes prevalece. A letra descreve episódios de agressão verbal e física, como quando ela queima os tênis dele e ele destrói as bolsas dela, ou quando ela prende a mão dele na porta da geladeira. Essas situações, junto à menção da polícia e do “Oficial Benito”, ilustram o ciclo vicioso de brigas e reconciliações. O verso “ya aprendí que nuestro amor es como la guerra, fácil de empezar, pero difícil detenerla” (“já aprendi que nosso amor é como a guerra, fácil de começar, mas difícil de parar”) resume a dificuldade de romper esse ciclo. Assim, "Monstruo" retrata um relacionamento marcado por dependência emocional, autossabotagem e a incapacidade de se libertar, mesmo com a consciência do sofrimento mútuo.