Chateau

Ironia e desconexão social em "Chateau" de Audrey Hobert

Em "Chateau", Audrey Hobert transforma o cenário glamouroso de uma festa da indústria musical em uma experiência entediante e desconfortável. Inspirada por um evento real, onde esteve sob efeito leve de cogumelos psicodélicos, Hobert observa o comportamento artificial dos convidados em um local sofisticado, com "2 Michelin stars". Esse olhar crítico aparece na letra, especialmente quando ela questiona: “Are we legally bound to stand in this circle looking around?” (Estamos legalmente obrigados a ficar nesse círculo olhando em volta?). Aqui, a artista ironiza a obrigação social de parecer interessado e integrado, mesmo quando tudo soa vazio e forçado.

A música destaca o contraste entre a expectativa de glamour e a realidade desinteressante do evento. O verso “Can't lie, but I'm thinking, like, high school was better than this” (Não vou mentir, mas estou pensando que o ensino médio era melhor do que isso) reforça o tom nostálgico e sarcástico, sugerindo que até experiências adolescentes, muitas vezes constrangedoras, eram mais autênticas do que o ambiente sofisticado e superficial do "chateau". Hobert também critica a postura dos outros convidados, como a “indie darling in sunglasses” (queridinha indie de óculos escuros), que tenta parecer descolada, mas só aumenta o clima de artificialidade. O refrão “Don't care that I'm at the chateau” (Não me importo de estar no chateau) resume o desdém e a desconexão da artista com aquele universo, tornando a faixa um comentário bem-humorado sobre a futilidade e o teatro social das festas de elite.