Thirst Trap

Insegurança e humor nas redes em “Thirst Trap” de Audrey Hobert

“Thirst Trap”, de Audrey Hobert, explora de forma leve e autocrítica como a busca por validação nas redes sociais pode afetar a autoestima, especialmente quando se está apaixonado. A música usa o termo “thirst trap” — fotos provocativas postadas para chamar atenção — como símbolo de uma tentativa quase desesperada de se sentir desejada. Isso fica claro quando a protagonista admite: “I think I look bad, so I take a hundred” (Acho que estou feia, então tiro uma centena [de fotos]), mostrando a insatisfação constante com a própria imagem.

O tom divertido e vulnerável da canção é reforçado pelo contexto do álbum e do videoclipe, que apostam em humor e estética kitsch. A letra brinca com a ansiedade causada por um crush, evidenciada em hábitos como “pace around the room” (andar de um lado para o outro) e “thinkin' 'bout you” (pensando em você). Audrey também mostra como a paixão pode mudar a rotina e até os gostos pessoais: “I used to kick back, watchin' movies and the news / But now I'm lame, it's such a shame, I used to be so super cool” (Eu costumava relaxar, assistindo filmes e notícias / Mas agora estou chata, que vergonha, eu costumava ser tão legal). Além disso, há uma crítica à cultura digital e à busca por aprovação online, como em “I once read that some people's beauty can't be captured / And he'll be sorry, happy ever after” (Li uma vez que a beleza de algumas pessoas não pode ser capturada / E ele vai se arrepender, felizes para sempre). Assim, a música mistura humor, autocrítica e sinceridade para retratar o lado cômico e dolorido de se apaixonar na era das redes sociais.