Frevo nº1 do Recife - Frevo nº3 do Recife - Evocação

Memória e saudade em “Frevo nº1 do Recife - Frevo nº3 do Recife - Evocação”

A música “Frevo nº1 do Recife - Frevo nº3 do Recife - Evocação”, da Banda de Pau e Corda, transforma a saudade em um retrato vivo da memória coletiva do Recife, especialmente durante o carnaval. O tom nostálgico aparece nas referências a personagens e lugares marcantes, como o “clube das Pás do Vassouras”, Walfrido Cebola, Haroldo, Padilha e Colaço, todos figuras reais e simbólicas da cultura carnavalesca recifense. Essas menções não só evocam lembranças pessoais, mas também celebram a riqueza cultural da cidade, conectando o ouvinte a uma tradição que atravessa gerações.

A letra faz um passeio afetivo pelas ruas e sons do Recife, como nos versos “Batidas de bombo são maracatus retardados / Chegando a cidade cansados / Com seus estandartes no ar”, que remetem à chegada dos maracatus e à atmosfera única do carnaval pernambucano. O sentimento de distância e pertencimento é central, expresso em “Não adianta se o Recife está longe / E a saudade é tão grande / Que eu até me embaraço”, mostrando como a memória e o afeto mantêm viva a ligação com a cidade, mesmo para quem está longe. A repetição de nomes de músicos e blocos históricos, como Capiba, Zumba, Nelson Ferreira, Bloco das Flores e Andaluzas, reforça que o frevo e o carnaval são pilares da identidade recifense.

No final, a música assume um tom de despedida e contemplação, como em “Adeus, adeus minha gente / Que já cantamos bastante / Recife adormecia / Ficava a sonhar / Ao som da triste melodia”. Essa passagem sintetiza o sentimento de saudade e orgulho, reconhecendo a passagem do tempo e a permanência das lembranças. A Banda de Pau e Corda homenageia o frevo e as tradições do Recife, criando uma ponte entre passado e presente e celebrando a força das memórias afetivas.