Soledad

A solidão acolhedora em "Soledad" de Belén Aguilera

Em "Soledad", Belén Aguilera transforma a solidão em algo acolhedor ao dar a ela o nome de sua avó, Soledad. Essa escolha faz com que um sentimento normalmente ligado ao vazio ganhe um significado afetivo e reconfortante. No verso “La soledad que me acompaña / Tiene tu nombre y no es extraña” (A solidão que me acompanha / Tem seu nome e não é estranha), Aguilera mostra como a solidão pode ser uma companhia familiar, inspirada pela relação próxima com sua avó. Em entrevistas, a artista explicou que buscou tornar a solidão menos dolorosa ao associá-la a uma figura querida, criando um espaço de conforto em meio à ausência.

A letra também reflete as consequências das escolhas pessoais de Aguilera, como a distância da família e da terra natal. Isso aparece em versos como “Del abrazo de mi madre / Cada día al despertarme / De la playa tan amable / Fui a por lo menos probable” (Do abraço da minha mãe / Todos os dias ao acordar / Da praia tão acolhedora / Fui atrás do menos provável). Esses sacrifícios, embora difíceis, são suavizados pela presença simbólica da avó, que se manifesta na solidão sentida pela artista. Ao cantar “Soy lo que me perdí” (Sou o que perdi de mim), Aguilera reconhece as consequências de suas escolhas, mas também encontra autocompaixão e perdão. Assim, "Soledad" se torna um espaço de reconciliação interna, onde a ausência se transforma em memória viva e companhia constante.