Madre Hay Una Sola

O Hino de Gratidão e Alerta da Bersuit Vergarabat

A música "Madre Hay Una Sola" da banda argentina Bersuit Vergarabat é um poderoso manifesto sobre a relação destrutiva da humanidade com a Terra. A letra descreve um cenário de devastação ambiental, onde as cidades são comparadas a grandes esgotos que poluem o mar com um amor que 'cheira mal', uma metáfora para as ações humanas que prejudicam o planeta. A referência às 'marcas da morte' vistas das janelas de um avião reforça a ideia de que os danos são visíveis e generalizados.

O 'progresso' é retratado como um fracasso, um suicídio coletivo, onde a busca pela prosperidade resultou em um fardo pesado demais para ser carregado. A música sugere que não há necessidade de um juízo final, pois a humanidade já está em ruínas, e uma 'explosão natural' poderia ser a seleção final. A banda expressa gratidão por existir, mas ao mesmo tempo, vergonha por ser parte de uma espécie que 'viola' a Terra. A imagem do 'patético festín' evoca a ideia de que a humanidade está consumindo os recursos do planeta de maneira irresponsável e desrespeitosa.

A canção também aborda a apatia humana, sugerindo que a Terra, vista como uma mãe que dá tudo de graça, é subvalorizada e seus 'filhos ciegos' não reconhecem seu valor. A tristeza da Terra é palpável, e suas 'lágrimas saladas' têm o poder de nos afogar, uma alusão às mudanças climáticas e ao aumento do nível do mar. A música termina com uma crítica à falta de ação, onde os que realmente amam o planeta são impotentes, e as oferendas ao Sol, que representam respeito pela natureza, foram substituídas por um 'ataque mortal' ao coração da Terra.