Goiabada Cascão

Tradição e nostalgia em “Goiabada Cascão” de Beth Carvalho

A música “Goiabada Cascão”, de Beth Carvalho, usa a imagem da goiabada cascão em caixa como símbolo de tudo que é raro e precioso na cultura brasileira, mas que está desaparecendo. Logo no início, a canção faz referência ao comentário do jornalista Sérgio Cabral sobre o violonista Dino 7 Cordas, comparando o músico a algo de valor inestimável e difícil de encontrar. Assim, a goiabada cascão se torna uma metáfora para tradições, sabores, festas e personagens marcantes que estão sendo deixados de lado em favor de práticas e produtos modernos, vistos na letra como "imitação" ou menos autênticos.

A letra adota um tom nostálgico e descontraído, lamentando a perda de costumes como o "rango de fogão de lenha na Festa da Penha" e o "samba de partido alto com faca no prato e batido na mão". Esses elementos tradicionais são contrastados com referências à modernidade, como "misto-quente", "milk-shake", "discoteque" e "som de black", que representam uma cultura mais industrializada e distante das raízes. O refrão repetitivo reforça a saudade e a valorização do que é autêntico. No final, a menção a grandes nomes do samba, como Cartola, Noel Rosa e Dona Ivone Lara, destaca que esses mestres também são "goiabada cascão": raridades culturais que precisam ser celebradas e preservadas.

No conjunto, “Goiabada Cascão” convida o ouvinte a valorizar memórias, tradições e personagens que formam a identidade brasileira. Com linguagem simples e afetiva, a música transforma a saudade em celebração, ressaltando a importância de manter vivas as raízes culturais diante das mudanças do tempo.