Poder

Reflexões sobre solidão e sacrifício em "Poder" de BK'

Em "Poder", BK' faz uma análise direta sobre os efeitos do sucesso e da busca pelo topo. Logo no início, ele admite: “Tô viciado no poder, tô afogado no poder”, mostrando como o desejo de ascensão pode se transformar em uma armadilha. O artista destaca que, quanto mais se conquista, maior é o distanciamento de quem se era e das pessoas próximas, criando um ciclo de solidão e desconfiança. As imagens da “coroa de espinhos” e da “cama de espinhos” reforçam que o poder, apesar de desejado, traz sofrimento e exige sacrifícios, sugerindo que liderar é um fardo pesado, não apenas um privilégio.

BK' também faz referências ao conhecimento e ao poder oculto ao citar “sabedoria, grau 33”, uma provável alusão ao grau máximo da maçonaria, símbolo de acesso a segredos e influência. No verso “Sabedoria, grau 33, tipo 12, tu sabe mas quer mudar o final”, ele sugere que, mesmo com entendimento profundo, o desejo de controlar o próprio destino permanece. A dualidade entre mariposas e moscas – “Circulando a luz ou moscas circulando a merda?” – expõe a ambiguidade das intenções das pessoas ao redor: nem todos se aproximam por admiração, muitos são atraídos pelo brilho superficial ou por interesse próprio. Ao ironizar rivais e a ilusão do status, como em “Me achei Optimus Prime, e era caminhão de lixo”, BK' mostra que a autopercepção pode ser enganosa e autodestrutiva. Assim, "Poder" revela as consequências psicológicas e sociais de buscar o topo em um ambiente competitivo, onde o preço do sucesso pode ser a própria paz.