O que é jazz? Saiba tudo sobre o ritmo afro-americano

Surgido na região de Nova Orleans, nos Estados Unidos, entre o final do século XIX e início do século XX, o jazz é um gênero musical cujas principais características são a improvisação e a livre interpretação.

O ritmo se espalhou pelo mundo após a Primeira Guerra Mundial e deu origem a vários sub-gêneros como o bebop, o cool, o free, o fusion, o jazz contemporâneo e muitos outros.

Além de ter se tornado um dos estilos mais consagrados, o jazz também é considerado como um dos melhores tipos de música para relaxar. Quer saber mais sobre o que é jazz? Então continue com a gente que vamos explicar tudo!

O que é jazz?

O jazz é um gênero musical surgido nos Estados Unidos, no final do século XIX, entre a população negra. Em sua origem estão vários ritmos musicais afro-americanos — conta-se que teria nascido de uma fusão entre o blues e o ragtime.

O termo jazz foi usado pela primeira vez no jornal San Francisco Bulletin em março de 1913, para se referir ao tipo de música tocada por uma orquestra do exército. Já em 1917, saiu o primeiro disco autointitulado como jazz, da Original Dixieland Band.

Não é muito claro o que teria motivado a criação da palavra jazz. Alguns historiadores acreditam que o termo surgiu no estado da Louisiana, como sinônimo de intensa atividade.

Outros acreditam que a palavra está relacionada à relação sexual, uma vez que a origem da música em si poderia ter a ver com atividades sexuais.

Gênero marcado pelo improviso

Assim como é difícil precisar a origem do nome, o jazz também é um estilo musical de complexa definição. Trata-se de um tipo de música marcada pela improvisação, sem se apegar de forma estruturada a uma partitura, pelo swing e pelos ritmos não lineares. 

Em geral, os artistas de jazz tocam um determinado tema que obedece uma estrutura harmônica, mas com liberdade de execução. Os improvisos podem ser feitos sobre as sequências de acordes (progressões) ou nas melodias das músicas.

O mais comum em uma interpretação de jazz é a presença de um instrumento solista, como um trompete, por exemplo, acompanhado da chamada seção rítmica (bateria, baixo e contrabaixo) e dos instrumentos harmônicos (piano, guitarra).

A música pode ser interpretada por um solista ou por bandas formadas por trios, quartetos e até big bands de vários integrantes. Por não obedecer a uma estrutura de melodia combinada a um refrão, como a música pop, o jazz acaba não sendo um gênero de grande apelo popular. 

Origens do jazz

Como vimos, o jazz surgiu de outros ritmos musicais, levados para os Estados Unidos pelas pessoas africanas escravizadas. Naquela época, era comum que os trabalhadores das plantações encontrassem refúgio e consolo coletivo na música.

Um pouco após a abolição da escravidão no país, em 1863, a população negra passa a ter contato com instrumentos musicais ocidentais, ocorrendo então uma fusão de melodias e ritmos.

Por volta de 1890, a efervescência sonora cresce na cidade de Nova Orleans, na Louisiana, principalmente no bairro Storyville, em bares que eram conhecidos como Honky Tonks. Nesses lugares, a música africana se mesclou com a música de influência europeia, dando origem a ritmos como o ragtime, o blues e o spirituals.

Da união desses estilos, surge o jazz. Durante a década de 1920, este gênero musical se torna amplamente difundido, chamando a atenção das elites. Além disso, a popularização do rádio também ajudou que o estilo ficasse mundialmente conhecido.

Nova Orleans e o jazz

Nova Orleans, que no final do século XIX englobava uma mistura de raças, é conhecida como berço do jazz. Era na região de Storyville que os músicos podiam dar vazão ao seu talento.

Segundo o pianista Jelly Roll Morton, ele teria cunhado o termo jazz em 1902, para demonstrar a diferença entre o ragtime, que seria um tipo de sincopação, e o jazz, um estilo que pode ser aplicado a qualquer tipo de canção.

O Jelly Roll Blues, música composta por Morton em 1905, foi publicada em 1915, ficando conhecida como o primeiro arranjo impresso de jazz. Isso fez com que músicos de outras regiões passassem a conhecer o gênero e o levassem para o resto do país.

Estilos de jazz

Conheça alguns dos principais estilos de jazz:

Swing 

Primeiro estilo de destaque do jazz, o swing foi criado por Falcon na década de 1930. Era tocado nas rádios e ajudou no fortalecimento das orquestras conhecidas como big bands.

Os principais nomes do swing foram Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Louis Armstrong e Bix Beiderbecke.

Bebop e Hard bop

Surgido entre 1940 e 1950, esses estilos são considerados os mais radicais e complexos do jazz, com pouco apelo popular. Charlie Parker e Bill Evans são uns dos principais artistas.

Cool e Soul jazz

Em oposição aos ritmos anteriores, surgem os estilos mais suaves. Estes apostam em maiores linhas melódicas, trazendo muita influência do blues. O maior nome da época é Miles Davis.

Free jazz

Surgido no final dos anos 50, é um ritmo mais experimental e livre de simetrias. Seu principal representante é John Coltrane.

Fusion jazz

Aqui o jazz começa a se misturar a outros ritmos populares, como o rock. Os principais nomes são Herbie Hancock e Frank Zappa.

Jazz Latino

Mistura do jazz estadunidense com ritmos latino-americanos como o samba, a salsa, o mambo e o merengue.

Jazz no Brasil

No Brasil, o jazz esteve ligado ao que se fazia nos EUA. No início, as bandas brasileiras simplesmente copiavam o que se fazia no país norte-americano. É apenas a partir da década de 1950 que os músicos começam a se reinventar, dando origem à Bossa Nova.

Embora o Brasil não tenha uma tradição de músicos exclusivamente de jazz, há grandes artistas brasileiros com raízes jazzísticas reconhecidos no mundo todo. Dentre eles, citamos Hermeto Pascoal, Djalma de Andrade (o Bola Sete), Laurindo de Almeida, Heraldo do Monte e Romero Lubambo. 

Jazz para dormir

Depois de saber tudo sobre o estilo, que tal agora curtir uma playlist bem relaxante? Vem ouvir as melhores músicas de jazz para dormir e aproveite!

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