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Fazer loginUma simples análise do álbum Secret Of The Runes, do Therion, mostra que se trata do melhor trabalho da banda sueca de metal sinfônico.
Décimo álbum de estúdio do grupo comandado pelo vocalista Christofer Johnsson, o disco lançado em 2001 é uma obra atemporal e conceitual, que se baseia exclusivamente na mitologia nórdica e na cultura viking.
Mas não pense no Thor que você vê nos filmes da Marvel: Secret Of The Runes explora os conselhos das runas nórdicas para explicar a criação dos mundos enquanto busca fundir o metal com a música clássica com uma harmonia perfeita.
Ficou curioso(a)? Então vem conhecer um pouco mais sobre o prestigiado álbum da banda Therion!
Desde sua fundação, em 1987, na cidade sueca de Upplands Väsby, a banda Therion parece ter firmado um desafio consigo mesma em nome da complexidade de suas músicas.
A cada novo álbum, as melodias e as letras ganham corpo e profundidade, sem perder a característica “pesada” que sempre marcou o trabalho da banda, sobretudo por misturar com competência influências da música erudita e do rock pesado.
Muitos fãs acreditavam até mesmo que o grupo havia chegado ao limite dessa capacidade criativa no álbum Deggial, de 2000, considerado um dos mais pesados da discografia da banda, mas o décimo disco de estúdio da banda mostrou que não era bem assim.
Até a mais superficial análise do álbum Secret Of The Runes, do Therion, mostra que o grupo sueco estava no auge de sua inspiração ao gravar o trabalho baseado na cultura dos povos nórdicos.
Todo o álbum Secret Of The Runes foi baseado na tradição nórdica (de povos que viviam na região que hoje corresponde a Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia), com base na história de Yggdrasil, uma árvore colossal que guarda os nove mundos.
Cada música do disco é focada em um dos mundos. Para completar a compreensão do ouvinte, a banda também incluiu um prólogo e um epílogo.
Tudo começa quando o gigante Ymer morre e seu sangue e corpo servem para a criação dos mares e da terra. Na sequência, o álbum aborda a jornada de Odin pela árvore e o momento em que o deus recebe a sabedoria das runas.
O “pulo do gato” é a perspectiva da banda sobre o tema: em vez da mitologia tradicional, o grupo se baseia na teoria oculta de Uthark, que afirma haver muita magia maléfica e poderosa por trás das runas.
Na cultura viking, a palavra runa (ou “rune”, no inglês) significa “segredo”. Dessa forma, o título do álbum do Therion pode ser traduzido como “o segredo dos segredos”.
Em comparação aos trabalhos anteriores da banda sueca, Secret Of The Runes tem uma sonoridade muito mais sombria e soturna, carregando o ouvinte por uma jornada escura, pesada e opressiva, muitas vezes difícil de digerir.
As letras não são as únicas novidades no trabalho da banda: a sonoridade do disco também parece se afastar do death metal e se aproximar do doom e heavy metal.
Com tantas influências em um só trabalho, nada melhor que curtir o disco aos poucos, permitindo-se entrar no clima de cada faixa e absorver o máximo possível das influências trazidas pelo Therion.
Em outras palavras, a melhor maneira de fazer uma análise do álbum Secret Of The Runes, do Therion, é conhecendo um pouco mais sobre suas músicas e narrativas, veja só!
O prólogo da jornada nórdica começa em Ginnungagap, que traz elementos psicodélicos ao som da banda Therion e mistura coros, riffs de guitarra e baixo carregado para contar a história da árvore Yggdrassil.
O vocalista e compositor Christofer Johnsson mostra todo o seu repertório erudito em Midgard, combinando canto de ópera a vocais típicos do metal e, é claro, uma batida bem pesada ao fundo para amarrar os diferentes elementos.
A próxima faixa do álbum Secret Of The Runes, do Therion, sob análise é Asgard, que deixa o plano dos humanos para retratar o reino dos deuses por meio de harmonias tecnicamente impecáveis e elementos de metal sinfônico.
Para cantar sobre o reino dos gigantes, Therion lançou Jotunheim, que não economiza nos riffs pesados de guitarra para simbolizar os seres colossais da cultura nórdica.
Em Schwarzalbenheim, a banda buscou reproduzir o clima soturno, rústico e batalhador do reino dos anões com uma batida mais épica, carregada por instrumentos de orquestra.
Surpreendendo quem esperava uma pegada mais elétrica, Ljusalfheim aposta em violões acústicos para mostrar que é possível traduzir os acordes elaborados do heavy metal em qualquer roupagem.
Para traduzir o reino dos gigantes de fogo, a banda Therion gravou Muspelheim, a música mais rápida, frenética e caótica de todo o álbum. Você não vai conseguir ouvir sem querer bater cabeça.
A faixa Nifelheim mistura linhas vocais distintas e cuidadosamente harmoniosas para criar um som extremamente melódico: metal sinfônico em sua melhor versão.
A quase neoclássica Vanaheim capricha na sensualidade dos instrumentos de cordas para contar a história do reino de Vanir, casa de deuses que forneciam fertilidade e prazer.
Se você achou que a o álbum Secret Of The Runes, do Therion, não ia incluir o temido reino do submundo, você está enganado. Em Helheim, a banda usa coros aterrorizantes para reproduzir as vozes e os lamentos dos mortos presos no inferno.
Uma das faixas mais dissonantes do álbum é Crying Days: fugindo da temática nórdica abordada desde o começo do disco, a faixa-bônus é uma mera regravação de hit dos Scorpions.
Para finalizar o álbum Secret Of The Runes, do Therion, que tal uma música do Abba? Você não leu errado: a banda de metal homenageou os conterrâneos com uma regravação de Summer Night City.
Se você gostou da análise do álbum Secret Of The Runes, do Therion, não deixe de conferir a análise de Immigrant Song, do Led Zeppelin.
A faixa é um clássico da banda britânica e também foi inspirada na cultura nórdica, retratando as aventuras e os desafios dos vikings longe de casa.
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