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História da música Vou Festejar: tudo sobre hit de Beth Carvalho

Você sabia que Vou Festejar, um dos maiores sucessos de Beth Carvalho, tem importância para a política e para o futebol brasileiro? Saiba tudo sobre a história dessa música a seguir.

Analisando letras · Por Ana Paula Marques

24 de Janeiro de 2023, às 12:00

A história da música Vou Festejar, da Beth Carvalho, ultrapassou os limites da arte e chegou até o universo do futebol, comprovando o sucesso absoluto de uma das maiores canções da história do samba.

Imortalizada na voz da saudosa sambista, a faixa foi composta por pesos pesados da música brasileira — Jorge Aragão, Dida e Neoci Dias —, e entrou para a história depois de ser descoberta no Carnaval do Rio de Janeiro.

Beth Carvalho
Créditos: Divulgação

Atualmente, a faixa é disputada por torcidas do Brasil inteiro, inclusive do Atlético-MG e do Botafogo, e já virou até jingle de campanha política em nome da luta pela democracia.

Vem conhecer um pouco mais sobre esse hino do samba brasileiro!

Conheça a história da música Vou Festejar

A história da música Vou Festejar é marcada pelo sucesso. A faixa caiu no gosto popular desde o lançamento, em 1977, e está há mais de quatro décadas entre os maiores sambas brasileiros.

Toda essa jornada começou quando Jorge Aragão se reuniu com os amigos Dida e Neoci Dias para compor um álbum diferente, de experimentações com o samba, que daria origem ao pagode carioca.

Jorge Aragão
Créditos: Divulgação

A ideia era trazer instrumentos até então pouco utilizados no samba, como pandeiro, tamborim, tantã e até banjo, para subverter a musicalidade do ritmo de origem afro.

Ligado aos autores da canção, o bloco carnavalesco Cacique de Ramos, também do Rio de Janeiro, resolveu, então, incluir a então desconhecida Vou Festejar em seu repertório — e foi assim que Beth Carvalho entrou para a história da música Vou Festejar. 

Vou Festejar: do Carnaval do Rio para o Brasil

Em meados de 1978, a carioca Beth Carvalho resolveu acompanhar alguns amigos até o ensaio do bloco Cacique de Ramos, até que se encantou com a musicalidade descontraída de Vou Festejar e se apaixonou pela canção.

Animados com a possibilidade de trazer mais visibilidade à faixa, Dida, Neoci Dias e Jorge Aragão decidiram ceder a canção para a sambista.

Beth Carvalho regravou a faixa no álbum De Pé no Chão, que foi sucesso absoluto. O disco tem composições de Nelson Sargento, Wilson Moreira e Nei Lopes, vendendo mais de meio milhão de cópias.

De Pé no Chão, de Beth Carvalho
Créditos: Divulgação

A história da música Vou Festejar na política

A faixa ajudou a levar Beth Carvalho ao auge da carreira, com participações em programas de TV e rádio, que impulsionaram ainda mais o sucesso da canção.

Até na política Vou Festejar teve boa aceitação: admiradora de Leonel Brizola e simpática a partidos de esquerda, a cantora brasileira chegou a ceder a canção para a campanha pelas Diretas Já e pela defesa da democracia, no final da década de 1980.

Movimento Diretas Já
Movimento Diretas Já. Créditos: Divulgação

A música voltou a ser utilizada politicamente em 2015, durante os protestos do movimento Vem Pra Rua, mas a sambista veio a público para rechaçar essa aplicação. 

“Samba não os representa nem hoje, nem ontem, nem nunca”, reclamou a artista, declaradamente eleitora de Lula e Dilma Rousseff, principal alvo de críticas do Vem Pra Rua.

A história da música Vou Festejar como hino do futebol

Polêmicas políticas à parte, foi em outro ramo, no entanto, que a música se sagrou de vez entre os maiores sucessos da música popular brasileira: o futebol!

Quis o destino que a história da música Vou Festejar ficasse marcada não apenas na arte, mas também no imaginário popular e no esporte.

Estádio de futebol
Créditos: Divulgação

Desde seu lançamento, o samba foi adotado por torcidas do Brasil inteiro, sobretudo para provocar rivais, e ganhou uma relação bem próxima com o esporte mais popular do mundo.

Vou Festejar: segundo hino do Atlético-MG

O primeiro time de futebol do Brasil a “abraçar” a música Vou Festejar foi o Atlético-MG.

Outdoor do Atlético-MG com a frase "vou festejar o teu sofrer!".
Créditos: Divulgação

O time alvinegro venceu o Campeonato Mineiro seis vezes consecutivas logo após o lançamento da música, de 1978 a 1983, e começou a cantar especialmente a primeira estrofe da faixa, para provocar os rivais do Cruzeiro.

Chora
Não vou ligar (não vou ligar)
Chegou a hora, vais me pagar
Pode chorar, pode chorar

A torcida atleticana nunca mais parou de cantar Vou Festejar (especialmente após a conquista de títulos) e ganhou até um show emocionante de Beth Carvalho em pleno Mineirão, em 2006, para comemorar a subida à Série A do Brasileirão.

Não foi diferente em 2013, quando o Atlético-MG faturou sua primeira Libertadores e Vou Festejar embalou a festa da torcida em Belo Horizonte.

Eu vou festejar, vou festejar o teu sofrer, o teu penar, cantaram mais de 20 mil atleticanos na Praça Sete, no centro da capital mineira, após a conquista do desejado título continental.

Duelo de gigantes do futebol pelo “hino” Vou Festejar

Quem não gostou da história de proximidade da torcida do Galo com a canção Vou Festejar foi a torcida do Botafogo, time de coração de Beth Carvalho, que defende ter mais direito sobre a música por conta da torcedora ilustre. 

Créditos: Divulgação

Por isso, há muitos anos, os botafoguenses também reivindicam o direito de entoar a faixa nos jogos do time da Estrela Solitária.

E não acaba por aí: outra torcida carioca tem orgulho de encher os pulmões para cantar Vou Festejar, o Flamengo.

Os flamenguistas também decidiram entrar na briga, já que o compositor da música, Jorge Aragão, é flamenguista fanático, o que daria ao gigante rubro-negro do Rio de Janeiro o direito de usar o samba.

Diante da briga entre três das maiores torcidas do Brasil pelo direito de cantar Vou Festejar nos estádios, a filha de Beth Carvalho, Luana Carvalho, foi categórica ao comentar a disputa após a morte de sua mãe, em 2019: “O samba é do povo”.

Beth Carvalho e outros ícones do samba

A história da música Vou Festejar foi indispensável para consolidar o sucesso de Beth Carvalho como um dos maiores nomes do samba e da música brasileira.

A faixa é interpretada como ponto de virada da história do estilo musical, dando origem ao descontraído pagode carioca, que segue embalando multidões até hoje.

Que tal aproveitar para conhecer mais sobre Beth Carvalho e os maiores sambistas antigos? Você vai aprender muito sobre a cultura brasileira e ainda poderá curtir alguns dos mais belos sambas da história.

sambistas antigos