16 cantoras brasileiras antigas que marcaram a história da música

Por muito tempo, a figura da mulher só apareceu na música pelos olhos masculinos. Foi um longo processo até as cantoras brasileiras antigas conquistarem seu espaço nas letras e nos palcos.

A primeira profissional da música no Brasil foi Chiquinha Gonzaga, que inventou o gênero marchinha de carnaval lá em 1899. Depois dela, o número de mulheres na música foi se tornando cada vez maior.

Que tal relembrar as artistas brasileiras que marcaram para sempre a história da música?

Elis Regina

Elis Regina nasceu em Porto Alegre, em 1945. Começou a cantar nas rádios ainda adolescente, inspirada pelas grandes musas da época.

Apesar de suas influências terem vindo da bossa nova e das cantoras do rádio, Elis criou um jeito novo de interpretar e ficou conhecida pela carga emocional que colocava nas músicas.

Elis recebeu 5 vezes o Troféu Imprensa de melhor cantora e foi eleita a melhor voz feminina da música brasileira pela Revista Rolling Stone em 2013. Ela ajudou a fundar o que hoje conhecemos como MPB, sendo a primeira mulher a se destacar nos festivais de música popular.

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Gal Costa

Gal Costa nasceu no mesmo ano que Elis, mas no outro extremo do país, em Salvador. A música sempre esteve presente em sua vida: ela chegou até a trabalhar como balconista em uma loja de discos.

Ao lado de nomes como Caetano Veloso e Maria Bethânia, Gal é uma das cantoras brasileiras antigas que ajudou a construir o cenário da música na Bahia. Transitando entre bossa nova, samba, música psicodélica e MPB, teve participação importante no movimento tropicalista e ficou conhecida como musa da tropicália.

Gal desafiou os padrões conservadores sobre a mulher na década de 60, se apropriando de sua sensualidade junto a seu trabalho. Gal se consagrou como uma das maiores vozes da música brasileira.

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Clara Nunes

Clara Nunes foi uma das primeiras cantoras brasileiras antigas a se destacar no cenário musical nacional, em um momento em que a música popular era dominada pelos homens.

Nascida em 12 de agosto de 1942, com apenas 6 anos, ela já era órfã de pai e mãe e foi criada por seus irmãos. Sua carreira profissional começou na década de 1960, quando se apresentava em programas de rádio e televisão.

Ela quebrou barreiras e preconceitos ao cantar e valorizar a cultura afro-brasileira, tornando-se um ícone da música brasileira e um exemplo de luta e superação.

Clementina de Jesus

Clementina de Jesus foi uma das maiores cantoras brasileiras antigas e uma das principais representantes do samba de raiz. Nascida em Valença, Rio de Janeiro, em 1901, Clementina foi descoberta tardiamente pelo músico Hermínio Bello de Carvalho em 1963, quando já tinha mais de 60 anos.

Sua voz, cheia de emoção e de nuances, foi fundamental para resgatar as raízes do samba e mostrar sua força e beleza para o mundo. Além disso, Clementina foi uma figura importante na luta contra o racismo: sua música e sua postura inspiraram muitos outros artistas a valorizarem a cultura afro-brasileira.

Beth Carvalho 

Beth Carvalho ficou conhecida como madrinha do samba por ter ajudado a revelar grandes nomes do estilo, como Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho. Nascida no Rio de Janeiro em 1946, ela começou a carreira na música como professora de violão.

Beth quebrou barreiras no samba e ajudou o estilo tradicionalmente brasileiro a crescer e se espalhar pelo mundo. Ela fez shows em diversos países e chegou a representar o Brasil na Olimpíada Mundial da Canção, em Atenas, Grécia.

Com problemas de saúde, a cantora chegou a se apresentar deitada e cumpriu seu compromisso de cantar até o fim — Beth Carvalho faleceu no dia 30 de abril de 2019, deixando uma extensa obra cheia de sucessos.

Maria Bethânia

Maria Bethânia é de Santo Amaro, no interior da Bahia. Ela se mudou para Salvador para estudar e foi lá que começou sua carreira nos palcos, se apresentando ao lado de outros artistas iniciantes, como Gal Costa e Gilberto Gil, e de seu irmão Caetano Veloso.

Maria Bethânia ganhou destaque no começo de sua carreira por ter uma voz forte e imponente. Além disso, ficou conhecida por questionar os padrões de beleza da época, se apresentando com os cabelos soltos e volumosos, roupas largas e pés descalços.

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Alcione

Filha de um professor de música, Alcione aprendeu a tocar trompete e clarinete aos 9 anos de idade. Aos 12, a sambista já se apresentava profissionalmente em São Luís, sua cidade natal. Se formou professora por exigência do pai, mas logo em seguida se mudou para o Rio de Janeiro para se dedicar à carreira musical.

A rainha do samba é dona de vários grandes sucessos, como Meu Ébano. A música Não Deixe o Samba Morrer, composta por Edson Conceição e Aloísio Silva e gravada por Alcione em 1975, virou um clássico do samba e já foi regravada por vários artistas.

Elza Soares

Elza Soares teve que se casar aos 12 anos de idade, passou fome, viu quatro filhos morrerem e teve uma filha sequestrada que ficou anos desaparecida. A cantora também teve sua casa atacada durante a ditadura militar e precisou passar seis anos fora do Brasil.

Com tantos dramas, a música e a história de Elza foram vistas por muito tempo como sinônimo de sofrimento, até que ela decidiu mudar de vez essa imagem. Com voz e postura imponentes, ela se mostrou uma mulher forte e empoderada, disposta a usar sua imagem para encorajar outras mulheres.

Elza cantava sobre feminismo e sobre preconceito racial, entre outras questões sociais e se tornou um símbolo de resistência.

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Rita Lee

Desde o início de sua carreira, Rita Lee cantou sobre temas inéditos envolvendo a feminilidade e o papel da mulher, e usou suas músicas para homenagear outras mulheres icônicas da história brasileira, como Luz del Fuego, Patrícia Galvão e Leila Diniz.

Ela alcançou a fama como vocalista da banda Os Mutantes no fim da década de 60, mas foi em carreira solo que se consagrou como rainha do rock. Rita se aposentou dos palcos em 2012, aos 65 anos de idade, e chegou afirmar que estava lidando com o maior tabu feminino da atualidade: o envelhecimento.

Elba Ramalho

Elba Ramalho começou a carreira musical como baterista. Nascida na Paraíba, ela se mudou para o Rio de Janeiro para investir na música, mas acabou se tornando atriz de teatro. Viveu da atuação até o fim da década de 70, quando sua carreira musical finalmente começou a emplacar.

Elba foi responsável por ajudar a disseminar a música nordestina por todo o Brasil. Hoje ela é bicampeã do Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Regional.

Fafá de Belém

Fafá de Belém ficou conhecida por todo o Brasil em 1975, quando sua música Filho da Bahia fez parte da novela Gabriela. Antes disso, ainda adolescente, ela fugia de casa para se apresentar escondida dos pais nos bares de Belém.

Fafá participou ativamente do movimento Diretas Já, se apresentando gratuitamente nas passeatas. Foi nessa época que sua interpretação do Hino Nacional Brasileiro ficou famosa.

Cássia Eller

Mais uma das cantoras brasileiras antigas da lista que nos deixou cedo demais, Cássia Eller foi um ícone do rock brasileiro. Antes do sucesso, ela trabalhou em duas óperas de Brasília como corista, tocou samba e cantou em um grupo de forró.

Cássia se mudou sozinha para Belo Horizonte aos 19 anos, e seu primeiro emprego na capital mineira foi como servente de pedreiro, além de cantar nos barzinhos. Sua carreira decolou em 1989, depois que ela gravou uma versão da música Por Enquanto, composição de Renato Russo.

Com sua postura intensa no palco, ela interpretou canções de grandes compositores, como Cazuza, Chico Buarque e Nando Reis, com quem teve uma parceria de muito sucesso.

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Nara Leão

Conhecida como “a musa da bossa nova”, Nara Leão nasceu no Rio de Janeiro em 1942 e iniciou sua carreira na década de 60, se consagrando como uma das maiores vozes da bossa nova.

Nara gravou diversos discos e fez parcerias com grandes artistas da música brasileira, como Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Além de cantora, Nara também foi uma importante ativista política, tendo participado ativamente da luta contra a ditadura militar no Brasil.

Ângela Maria

Ângela Maria, conhecida também como “Rainha do Rádio”, iniciou a carreira na década de 1950 e rapidamente se tornou uma das mais importantes vozes da música brasileira.

Com uma voz poderosa e marcante, Ângela gravou mais de 50 discos ao longo de sua carreira e foi inspiração para grandes artistas femininas, como Elis e Gal.

Marisa Monte

Marisa Monte dispensa apresentações. Com mais de mais de dez milhões de álbuns vendidos e vencedora de quatro prêmios no Grammy Latino, ela é considerada uma das maiores artistas do país e um verdadeiro ícone da MPB.

Marisa é admirada por sua técnica vocal apurada e por sua poesia sofisticada e acessível. Além disso, ela é uma figura importante na luta pelos direitos autorais dos artistas, tendo sido uma das fundadoras do movimento Procure Saber, que defende os direitos autorais dos músicos brasileiros.

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Carmen Miranda

Reconhecida mundialmente, Carmen Miranda foi uma das cantoras brasileiras antigas mais importantes de todos os tempos. Atriz e dançarina, “A Pequena Notável”, como era chamada, alcançou grande sucesso nos Estados Unido e na Europa.

Assim como outras atrizes brasileiras da época, Carmen Miranda firmou-se como cantora, para depois fazer a transição para o cinema. Ao todo, foram 14 longas produzidos nos Estados Unidos, sendo que, em 8 deles, ela foi a protagonista.

Seu tom irreverente deu voz à grandes sucessos que viraram clássicos, como Tico-tico No Fubá e O Que É Que a Bahiana Tem?.

Mais cantoras brasileiras para aclamar  

Que tal conhecer mais mulheres que marcaram a história da música brasileira? Saiba quais são as cantoras brasileiras atuais que estão conquistando seu espaço na indústria da música nacional!

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