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Conheça a biografia de Maria Bethânia, grande cantora da MPB

Biografias · Por Rafaela Damasceno

4 de Dezembro de 2021, às 19:00

Maria Bethânia não sonhava em ser cantora, mas acabou se tornando uma grande artista musical. Ainda bem que ela resolveu seguir essa carreira, porque a sua contribuição é inestimável para a cultura do país.

Maria Bethânia
Créditos: Divulgação

A irmã mais nova de Caetano Veloso já bateu vários recordes de vendas de discos e agrada fãs de todas as gerações. Não é à toa que as melhores músicas de Maria Bethânia são sempre tocadas em festas, filmes, novelas e programas de TV.

Caso você ainda não conheça a trajetória da Maria Bethânia, vale a pena saber um pouco mais sobre a sua biografia. Então, confira todos os detalhes de sua vida e sua carreira a seguir! 

A biografia de Maria Bethânia

Quando criança, Maria Bethânia já recebia influências artísticas de seus irmãos. Foi nesse ambiente que ela acabou se encontrando como atriz e cantora e hoje é consagrada como uma das mais belas vozes do Brasil.

Quando e onde nasceu a cantora

Maria Bethânia Vianna Telles Veloso nasceu no dia 18 de junho de 1946, em Santo Amaro da Purificação, interior da Bahia. Ela é filha de Zeca Veloso, o “Onça”, que trabalhava nos Correios e Claudionor Viana, a saudosa “Dona Canô”. 

Caçula de 8 irmãos, o seu nome foi escolhido por Caetano Veloso quando ele tinha apenas 3 anos. Ele se inspirou no título de uma de suas valsas preferidas, composta por Capiba.

Maria Bethânia Jovem
Créditos: Divulgação

A cantora teve uma infância tranquila, influenciada pelos irmãos artistas. Além de Caetano, ela também é irmã de Mabel Veloso, uma poetisa muito elogiada.

Mas ela não queria seguir a carreira musical como Caetano, seu irmão mais velho. O sonho de Maria Bethânia era atuar no teatro e, para alcançá-lo, ela se mudou para Salvador em 1960.

Escola de teatro

Aos 14 anos, morando na capital do estado, Bethânia começou a estudar na Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia. Lá, ela frequentava a comunidade artística da cidade e vivia circulando por exposições de artes plásticas, apresentações e shows.

Em 1963, Caetano Veloso foi convidado para compor a trilha sonora da peça Boca de Ouro, de Nélson Rodrigues. O irmão então pediu que ela interpretasse as faixas no palco.

Foi o primeiro trabalho profissional da artista no meio musical. E também a primeira oportunidade para o público se encantar com o talento da cantora, principalmente na música Na Cadência do Samba, de Ataulfo Alves.

Naquela época, Caetano e Bethânia conheceram outros músicos iniciantes, como Gilberto Gil e Gal Costa. Ao lado deles, um ano depois, estrearam o espetáculo Nós, Por Exemplo, que teve grande repercussão.

O início da carreira musical

A data oficial de início da carreira de Maria Bethânia como cantora é 13 de fevereiro de 1965, quando ela substituiu Nara Leão na peça Opinião, no Rio de Janeiro. Elas haviam se conhecido alguns anos antes, em Salvador.

Ao se apresentar no lugar da musa da bossa nova, todos os olhares se voltaram para a cantora baiana que acabava de surgir. Uma das músicas que interpretou, Carcará, acabou se tornando um clássico de sua carreira.

No mesmo ano, ela foi contratada pela gravadora RCA e lançou seu primeiro disco, Maria Bethânia. Além da canção de estreia, outras compõem o álbum, como Mora na Filosofia, Andaluzia, Feitio de Oração e Sol Negro

Mas Bethânia não largou o teatro e seguiu atuando. Ela participou de vários espetáculos por todo o Brasil em 1965, em peças como Arena canta Bahia e Tempo de Guerra

Edu e Bethânia

O segundo disco de Maria Bethânia foi de extrema importância para a sua carreira. Edu e Bethânia, gravado em parceria com o músico já respeitado Edu Lobo, tem uma de suas canções mais conhecidas e aclamadas, Pra Dizer Adeus:

A partir desse lançamento, Bethânia se tornou uma das mulheres mais importantes da música brasileira. O seu talento não estava apenas na voz, mas também na luta política e social que sustentava com as suas letras.

Ela também tinha um lado mais romântico e boêmio. Tanto que, em 1968, resolveu resgatar antigos clássicos brasileiros que falavam sobre o amor. Com shows e recitais intimistas, ela gravou seu primeiro disco ao vivo, Recital na Boite Barroco

A religião de Maria Bethânia

A cantora lançou seu terceiro disco de estúdio no ano seguinte e resolveu mostrar uma de suas crenças religiosas. Nele, ela interpretou cânticos tradicionais do candomblé

Essa é uma tendência que é marca de sua carreira musical até hoje. Muitas de suas canções abordam esses elementos da religião, além de outros da cultura e do folclore brasileiros. 

Até hoje Maria Bethânia segue um ritual africano chamado Ketu. Mas ela também acredita no catolicismo e é devota de vários santos cristãos e já foi vista em várias missas, orando por Nossa Senhora. 

Aliás, muita gente pensa que Maria Bethânia só canta descalça por causa da religião. Na realidade, é porque, da primeira vez que tentou usar um sapato diferente, inspirado em Judy Garland, de O Mágico de Oz, não deu certo e ela acabou quebrando o pé

Outros projetos da cantora

Foi ideia de Bethânia criar um grupo, o Doces Bárbaros, formado por Gal Costa, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Era uma banda hippie, que acabou se tornando um projeto bem maior. 

Eles já chegaram a comandar um trio elétrico no Carnaval de Salvador e até a fazer uma apresentação para a Rainha da Inglaterra. 😱

Doces Barbaros
Créditos: Divulgação

Sem falar nos famosos especiais do Festival de Música Popular Brasileira, transmitidos pela TV Record. Dos anos 60 aos 80, a voz da cantora presenteou os espectadores com seu talento

Ela também participou do programa Mulher 80, da Rede Globo, que teve como tema a discussão do papel feminino na sociedade nacional. Ao seu lado, outras grandes cantoras e compositoras brasileiras estiveram presentes, como Elis Regina, Fafá de Belém, Marina Lima e Simone.

Vida pessoal

Extremamente discreta, a biografia de Maria Bethânia não é marcada por eventos sociais e colunas de fofoca. Ela também já teve muitos amores, mas não chegou a se casar com nenhum deles e não teve filhos. 

Maria Bethânia
Créditos: Divulgação

Sobre essa questão, ela revelou em uma entrevista que isso não a frustra, muito pelo contrário. Ela prefere canalizar toda a sua energia para o trabalho. 

O legado da artista

Ao longo dos anos, Maria Bethânia continuou lançando grandes sucessos. Em sua discografia, estão álbuns campeões de vendas, como Álibi (1978), Mel (1979) e Talismã (1980).

Na linha acústica, ela também trouxe muitas inovações, como em A Beira e o Mar, de 1984. O álbum contém faixas inspiradas na trilha sonora da peça A Hora da Estrela, um roteiro adaptado do livro de Clarice Lispector.

Maria Bethânia
Créditos: Divulgação

E assim ela continuou lançando grandes clássicos. Em 2015, Bethânia comemorou 50 anos de carreira e recebeu uma homenagem do 26ª edição do Prêmio da Música Brasileira. No ano seguinte, foi a homenageada da Escola de Samba da Mangueira.

Em seu legado, ela não coleciona só músicas marcantes, mas também recordes. Maria Bethânia é a primeira mulher a vender 1 milhão de discos no Brasil e foi citada cinco vezes como “Abelha Rainha da MPB”. Uma artista eterna, que continua a produzir discos e canções para encantar a todos os brasileiros! 😍

As melhores frases da carreira de Maria Bethânia

Agora que você conhece todos os detalhes da biografia de Maria Bethânia, chegou a hora de conhecê-la pelas próprias palavras da artista.

Saiba quais são as melhores frases já cantadas ou ditas por Maria Bethânia!