Like a Rolling Stone

Desilusão e crítica social em “Like a Rolling Stone” de Bob Dylan

Em “Like a Rolling Stone”, Bob Dylan usa a história de "Miss Lonely" para abordar temas universais de desilusão e perda de identidade. O título faz referência ao provérbio "a rolling stone gathers no moss" (pedra que rola não cria limo), sugerindo tanto movimento constante quanto falta de raízes e estabilidade. A personagem principal, antes cercada de luxo e desprezo pelos menos favorecidos — "Once upon a time you dressed so fine / Threw the bums a dime in your prime, didn't you?" — agora se vê perdida, precisando "scrounging your next meal" (procurar a próxima refeição). Essa inversão de papéis destaca a crítica social de Dylan, mostrando como o status pode ser efêmero.

O tom da música é direto e crítico, especialmente nas perguntas repetidas "How does it feel?" (Como se sente?), que expõem a vulnerabilidade de quem perdeu tudo. O contexto da época sugere que "Miss Lonely" pode ter sido inspirada em figuras reais como Edie Sedgwick, ligada à cena de Andy Warhol, reforçando a crítica à superficialidade das elites culturais dos anos 1960. Metáforas como "ride on a chrome horse with your diplomat" (andar em um cavalo cromado com seu diplomata) e "princess on the steeple" (princesa no campanário) ironizam o antigo status da personagem. Já o verso "When you ain't got nothing, you got nothing to lose" (Quando você não tem nada, não tem nada a perder) sugere uma liberdade amarga, onde a perda total elimina até o medo de perder. A música desafia o ouvinte a refletir sobre o valor real das conquistas sociais e a fragilidade das aparências.