Returning To Myself

Reflexão sobre solidão e conexão em “Returning To Myself”

Em “Returning To Myself”, Brandi Carlile questiona a ideia de que o isolamento é um ato nobre ou desejável. Logo no início, ela provoca: “Why is it heroic to untether? How is alone some Holy Grail?” (Por que é heroico se desvincular? Como estar sozinho pode ser um Santo Graal?), mostrando que a busca por autoconhecimento nem sempre é glamourosa e pode ser marcada por dor e tédio. A artista já declarou que retornar a si mesma pode ser “dolorosamente entediante”, destacando que o verdadeiro desafio está em se manter aberto ao convívio e à união, e não apenas em se afastar dos outros.

A letra traz imagens fortes, como “kneeling at the altar of the great and mighty me” (ajoelhando-se no altar do grande e poderoso eu) e “scatter to my birds like a burial at sea” (espalhar para meus pássaros como um enterro no mar), para ilustrar o risco de se perder em si mesmo durante o processo de autodescoberta. Carlile sugere que a evolução pessoal só faz sentido quando há abertura e partilha, reforçado pelo verso: “There is no honour in the pilgrimage until a soul returns to hold another's hand” (Não há honra na peregrinação até que uma alma volte para segurar a mão de outra). O contexto de sua trajetória como mulher queer e sua ligação com a comunidade LGBTQ+ também aparecem na canção, celebrando a complexidade da identidade e a importância do pertencimento. No final, o verso “Returning to myself is just, returning me to you” (Retornar a mim mesma é apenas, me retornar a você) resume a mensagem: a solidão pode ser necessária, mas o reencontro com o outro é o verdadeiro sentido do autodescobrimento.