a bulleT w/ my namE On (feat. Underoath)

Crítica à violência e hipocrisia em “a bulleT w/ my namE On”

A escolha de Bring Me The Horizon em convidar Spencer Chamberlain, ex-vocalista de uma banda cristã, para cantar a linha “And if Jesus Christ returns/We’ll just kill the fucker twice” (“E se Jesus Cristo voltar/nós vamos matar o desgraçado de novo”) é uma provocação clara. Essa decisão destaca a crítica à hipocrisia e à violência institucionalizada, inclusive quando direcionada a figuras que simbolizam paz e justiça. O trecho não é apenas um ataque à religião, mas funciona como metáfora para a eliminação de qualquer voz dissidente ou moralmente incômoda em situações de conflito, como o israelo-palestino, tema central da música segundo Oli Sykes. A letra sugere que, mesmo que um novo “salvador” surgisse, ele também seria silenciado, evidenciando o ciclo contínuo de violência e intolerância.

A música cria um clima de desespero e resignação diante de tragédias coletivas, com versos como “I guess we got what we deserved” (“Acho que tivemos o que merecíamos”) e “Broken from the start” (“Quebrados desde o começo”), que expressam a sensação de inevitabilidade e culpa compartilhada. O refrão “You got a bullet with my name on” (“Você tem uma bala com meu nome”) reforça a ideia de que todos estão sob ameaça, vítimas de decisões e conflitos fora do controle individual. No final, referências à manipulação, alienação e perda de identidade (“We’re corrupted when we forget who we are” – “Somos corrompidos quando esquecemos quem somos”) ampliam a crítica para além do conflito geopolítico, abordando também o impacto psicológico e social de viver em um mundo marcado por violência, desinformação e desumanização.