And The Snakes Start To Sing

Conflitos internos e familiares em “And The Snakes Start To Sing”

Em “And The Snakes Start To Sing”, do Bring Me The Horizon, a metáfora das cobras "cantando" representa vozes traiçoeiras, tanto externas quanto internas, que minam a autoconfiança e alimentam o desespero. Imagens como “worms come out of the woodwork” (vermes saem da madeira), “leeches crawl from out of the dirt” (sanguessugas rastejam da terra) e “rats come out of the holes they call home” (ratos saem dos buracos que chamam de lar) reforçam a ideia de que, nos momentos de vulnerabilidade, surgem pessoas ou pensamentos oportunistas e destrutivos, prontos para explorar as fraquezas do narrador. Essas figuras simbolizam não só pessoas ao redor, mas também aspectos sombrios da própria mente, conectando-se ao tema central de luta interna e turbulência emocional.

A linha “Do you feel the chill clawing at the back of your neck?” (Você sente o frio arranhando a nuca?) aprofunda a sensação de paranoia e ansiedade, mostrando que o narrador está sempre à mercê de ameaças invisíveis, reais ou imaginárias. O refrão “And the snakes start to sing” (E as cobras começam a cantar) marca o início de um ciclo de autossabotagem e manipulação, seja por outros ou por si mesmo. Oli Sykes, vocalista da banda, já afirmou que há um significado oculto na música, conhecido apenas por ele e seus pais, o que sugere uma carga pessoal intensa, possivelmente ligada a experiências familiares ou traumas íntimos, como nos versos “the knife my mother held” (a faca que minha mãe segurou) e “the hell in my father’s eyes” (o inferno nos olhos do meu pai). A repetição de frases como “would’ve been, could’ve been, should’ve been, never was, and never ever will be” (poderia ter sido, deveria ter sido, nunca foi e nunca será) evidencia sentimentos de fracasso e autodepreciação, enquanto “tell yourself that it’s just business” (diga a si mesmo que é só negócio) mostra uma tentativa de racionalizar a dor. Assim, a música constrói um retrato honesto das batalhas internas de Sykes, usando metáforas animalescas para ilustrar a complexidade das relações humanas e das próprias emoções.