Perfume

Memórias e saudade em "Perfume" de Calema

Em "Perfume", Calema utiliza o aroma como símbolo das lembranças que permanecem mesmo após o fim de um relacionamento. O perfume representa como certas memórias sensoriais podem ser mais marcantes do que a própria presença física, tornando a ausência ainda mais dolorosa. O refrão, ao dizer “diz qual é o perfume que ofereço a outra dama”, mostra que, mesmo tentando seguir em frente, o narrador não consegue se desvincular da ex-companheira, pois tudo remete a ela.

A letra aborda de forma direta a saudade e o desejo não resolvido. O narrador lamenta a distância e a frieza do término, como em “Nunca mais me ligaste / Nunca mais um oi”, e reforça que ninguém consegue substituir a pessoa amada: “Ninguém cheira tão bem / Ninguém faz como tu”. A cama, citada como “feita pra dois”, simboliza tanto a intimidade quanto o vazio deixado pela ausência. Mesmo diante de novas possibilidades, o narrador admite que, ao fechar os olhos, ainda sente a presença da ex-parceira, mostrando a dificuldade de superar o passado. O pedido por “só mais um encontro” sem cobranças revela o desejo de reviver, nem que seja por um instante, a conexão perdida. Assim, a música expressa de forma clara o conflito entre seguir em frente e a força das lembranças que insistem em permanecer.