C'est La Mort

Reflexão sobre autenticidade e legado em “C'est La Mort”

Em “C'est La Mort”, Canserbero se apresenta como “un maldito mensaje viviente” (“uma maldita mensagem viva”), deixando claro que tem plena consciência do impacto de suas palavras e da responsabilidade de ser um símbolo de resistência e autenticidade no rap. O título, que significa “É a Morte”, vai além da ideia de morte física: representa também a morte de valores superficiais e serve como crítica direta àqueles que vivem apenas em busca de dinheiro ou prazer, como ele aponta em “Qué pena siento por esos que no tienen pasiones diferentes al dinero o al sexo”. Essa abordagem se conecta ao contexto do álbum “Muerte”, no qual Canserbero explora temas como finitude, legado e o que realmente permanece após a morte.

A letra traz um tom direto e reflexivo, com o artista expondo sua trajetória, dúvidas e a busca constante por autenticidade. Ele afirma já ter “morrido” para certos padrões sociais, mas ressalta que sua alma segue viva através da música: “he muerto, pero no dejaré la música, pues el alma no ha salido de mi cuerpo” (“morri, mas não vou abandonar a música, pois minha alma não saiu do meu corpo”). Ao dizer “Soy real porque lo soy, no por decir que soy real” (“Sou real porque sou, não por dizer que sou real”), Canserbero critica a superficialidade e a hipocrisia presentes no rap. Além disso, ao abordar temas como racismo e desigualdade social, ele reforça seu compromisso com um rap consciente. A frase “Soy vida y soy muerte, no estoy aquí por accidente” (“Sou vida e sou morte, não estou aqui por acidente”) resume sua visão: sua arte é tanto um reflexo da vida quanto um lembrete constante da morte, funcionando como alerta e inspiração para quem o escuta.