Ouroboros

Ouroboros: O Ciclo Vicioso da Violência Urbana

A música "Ouroboros" de Canserbero aborda de maneira contundente e visceral a realidade da violência urbana e o ciclo interminável de vingança que assola muitas comunidades. O título da música faz referência ao símbolo do Ouroboros, uma serpente que morde a própria cauda, representando a natureza cíclica e autodestrutiva da violência. A letra narra a história de Luisito, um jovem que, apesar de suas tentativas de viver sua vida, é tragicamente assassinado em um ajuste de contas, ilustrando como a violência é uma constante inescapável em seu ambiente.

Canserbero utiliza a história de Luisito para destacar a falta de justiça e a maneira como a vingança se torna a única forma de resolução de conflitos para muitas pessoas. A letra menciona que "não há juiz que possa atuar" e que "será a família quem ditará a sentença", enfatizando a ausência de um sistema judicial eficaz e a prevalência da justiça pelas próprias mãos. A repetição do refrão "Vamos a bajar las armas y a subir los cerebros" é um apelo desesperado para que as pessoas abandonem a violência e busquem soluções mais racionais e pacíficas.

Além disso, a música aborda a questão da unidade racial e social, com versos como "Negros y blancos, blancos y negros, todas las razas unidas que conforman nuestros pueblos". Canserbero clama por uma união entre as diferentes raças e classes sociais para combater a violência e promover a paz. A música é uma crítica poderosa à cultura da violência e um chamado à reflexão e mudança, destacando que apenas um verdadeiro esforço coletivo pode quebrar o ciclo vicioso representado pelo Ouroboros.