Chapiadora

Empoderamento feminino e autonomia em “Chapiadora” de Cazzu

Em “Chapiadora”, Cazzu ressignifica o termo tradicionalmente pejorativo ao transformá-lo em símbolo de inteligência, autonomia e poder feminino. Ao repetir “chapi, chapi, chapi, chapi / Pensando en el money, papi, a todas horas” (chapi, chapi, chapi, chapi / pensando no dinheiro, querido, o tempo todo), ela deixa claro que o foco está na independência financeira, não em relações amorosas ou dependência de terceiros. O detalhe da calculadora na bolsa, junto com itens de beleza, reforça que cuidar das finanças é tão importante quanto cuidar da aparência. A frase “las que cuentan money son las que no lloran” (as que contam dinheiro são as que não choram) mostra que priorizar o próprio sucesso protege de decepções emocionais.

A música também desafia o machismo presente no trap ao colocar as mulheres como protagonistas do jogo financeiro e sexual. Trechos como “Buscándome el money como Dora La Exploradora” (procurando meu dinheiro como Dora, a Exploradora) e “Estoy enseñándoles que hay poco tiempo pa' hacer plata” (estou ensinando que há pouco tempo para ganhar dinheiro) misturam irreverência e didatismo, sugerindo que o verdadeiro empoderamento está em ensinar outras mulheres a buscar sua própria grana. O duplo sentido aparece quando Cazzu ironiza homens que tentam impressioná-la com presentes caros, deixando claro que não precisa de nada deles: “Si no te doy nada a cambio, es porque nada te pedí” (se não te dou nada em troca, é porque nada te pedi). No fim, a mensagem é direta: respeito se conquista com atitude e resultado, e quem quiser problemas vai encontrar uma mulher pronta para enfrentá-los.