Milonga Maragata

A Alma Farrapa em 'Milonga Maragata' de César Oliveira

A música 'Milonga Maragata' de César Oliveira é uma ode à herança cultural e histórica dos gaúchos, especialmente dos maragatos, um grupo político e social do Rio Grande do Sul. A letra é rica em referências à Revolução Farroupilha, um conflito que ocorreu entre 1835 e 1845, e que é um marco na história do estado. O eu lírico se apresenta como um descendente direto dos maragatos, carregando em suas veias o sangue dos farroupilhas, e descreve com orgulho sua identidade e tradições.

A letra faz uso de uma linguagem poética e regionalista, repleta de termos típicos do vocabulário gaúcho, como 'chiripá', 'carniceira' e 'garrucha'. Esses elementos ajudam a construir a imagem de um homem rústico, valente e ligado à terra e às suas raízes. A menção a 'trinta e cinco' remete ao ano de 1835, quando começou a Revolução Farroupilha, e a 'peleias' (batalhas) reforça o espírito combativo e a resistência dos gaúchos. A música também destaca a importância da coragem e da fibra guerreira, características essenciais para quem herda a tradição farrapa.

Além disso, a canção exalta a figura do gaúcho como um defensor da liberdade e da justiça, alguém que luta por seus ideais e pela sua terra. A referência ao 'instinto libertário' e ao 'tino de um fronteiro' sublinha a conexão com a história de resistência e luta pela autonomia do Rio Grande do Sul. A imagem do 'clarim guerreiro' que 'põe em forma o Rio Grande' simboliza a liderança e a bravura dos maragatos, que, através de suas ações, moldaram a identidade e a história da região.

' Milonga Maragata' é, portanto, uma celebração da cultura gaúcha e da herança maragata, um tributo à coragem, à resistência e ao espírito libertário que definem o povo do Rio Grande do Sul.