Milonga Maragata

Orgulho e tradição gaúcha em “Milonga Maragata” de César Oliveira

“Milonga Maragata”, de César Oliveira, expressa um forte orgulho pela herança maragata, destacando a bravura dos antepassados e a continuidade desse espírito nas gerações atuais. O verso “Tenho sangue farroupilha / Galopando em minhas veias” conecta o narrador à Revolução Farroupilha, mostrando que a luta e o desejo de liberdade são traços herdados e ainda presentes. A música faz referência direta ao contexto histórico dos maragatos, especialmente sua participação em conflitos como a Revolução de 1923, e valoriza elementos tradicionais da cultura gaúcha, como o “chiripa de saco branco”, o “lenço atado” e a “carniceira”, símbolos de identidade e resistência.

A letra utiliza imagens marcantes para exaltar a coragem e a força guerreira, como em “Carcaça de puro cerne / Forjada em têmpera guapa” e “Só morre queimando trapo / Peleando pelas ladeiras”. Essas expressões reforçam que a essência do maragato está na disposição de lutar até o fim, mesmo diante das dificuldades. O uso de armas como a garrucha e a adaga, além das referências a peleias e à rivalidade com “chimango e pica-pau” (facções políticas rivais), evidencia o contexto de conflitos históricos e a valorização da coragem. Ao final, a música sintetiza o sentimento de pertencimento e orgulho regional, mostrando que a identidade gaúcha se constrói sobre a memória, a luta e o respeito às tradições.